quarta-feira, 11 de agosto de 2021

 

É INEQUÍVOCA, OU SEJA, INQUESTIONÁVEL A INFLUÊNCIA HUMANA NO CLIMA DA TERRA

https://canaltech.com.br/meio-ambiente/5-motivos-para-se-preocupar-com-o-relatorio-da-onu-sobre-as-mudancas-climaticas-192397/


O que era previsível aconteceu, segunda feira 09 de agosto, o IPCC (Painel Intergovernamental sobre Mudança Climática) órgão da ONU, voltada ao clima, apresentou relatório que sinalizou alerta máximo sobre o clima do planeta terra. O fato é que chegamos ao fundo do poço.  Não há mais tempo, ou a civilização faz o que deve ser feito para tentar reverter à agressão à mãe terra ou seremos, muito breve, uma espécie em extinção. Muitos negacionistas, terraplanistas de plantão devem ter desdenhando o documento produzido a partir de 14 mil artigos científicos, de 234 autores distribuídos em 66 países, chamando-os de alarmistas desmedidos.

Entretanto, o atual cenário do planeta, os episódios extremos do clima nos cinco continentes já estão levando os mais céticos a repensarem suas posições.  Na COP 15 em Paris, o alerta atribuindo o ser humano como um dos protagonistas do aquecimento global havia sido lançado. Porém faltavam mais pesquisas que referendassem melhor tal hipótese. Agora não há mais o que questionar. As temperaturas escaldantes no Canadá, EUA, Japão, os incêndios devastadores na Califórnia, Austrália, Portugal, Grécia, Turquia, até mesmo na gélida tundra da Sibéria, são alguns exemplos do desequilíbrio do clima do planeta provocado pela ação humana.

Quem imaginaria que um dia viesse a ocorrer enxurrada de dimensões tão catastróficas como as registradas na Alemanha e na Bélgica, países tão ricos. Tais manifestações extremas são comuns em regiões tropicas, não em climas temperados. O frio histórico que se abateu sobre o sul do Brasil no mês de julho de 2021 também é um sintoma de que algo de errado está ocorrendo. Fenômenos climáticos que geralmente ocorreriam um a cada cem anos, atualmente estão acontecendo um ou dois a cada ano.

A queima de combustíveis fósseis e os incêndios em florestas tropicais, a exemplo do Brasil, são fatores determinantes para a elevação da temperatura média do planeta. Os acordos assinados nas COPs (Conferência das Partes) especialmente a de Paris, era para que os países campeões em emissões de gases do efeito estufa adotassem medidas para reduzi-las paulatinamente. Evitar que a temperatura media chegasse ao limite de 1.5 a 2 graus até o final do século 21 era uma das importantes metas a ser alcançada. Os pesquisadores do clima vinham e vem alertando que no momento que o patamar limite de 1.5 graus foi atingindo, os efeitos deverão ser devastadores ao planeta. Parece que já atingimos esse limite tão ameaçador.

Outra dimensão de uma tragédia anunciada. Em 2019, a concentração de CO2 na atmosfera foi maior que em outro momento nos últimos dois milhões de anos. Sem contar os níveis de metano e óxido nitroso, maior que dos últimos 800 mil anos. Se fosse começar hoje a execução definitiva das metas prometidas, a estabilização do clima no planeta passaria ser sentida a partir de 2050.

O Brasil, embora não esteja incluído entre os industrializados poluidores, aparece entre os que mais emitem gases do efeito estufa. Isso acontece porque atualmente as florestas brasileiras estão deixando de ser catalisadoras de CO2 para se tornar emissora. O desmatamento e as queimadas em níveis recordes estão lançando um contingente de gás carbônico superior ao que é coletado pelas florestas. Além do CO2, a liberação de gás metano por meio da atividade pecuária é outro agravante preocupante.

O que gera mais tensão entre as entidades do clima global é a pouca ou nenhuma garantia de que o Brasil cumprirá com as metas de Paris, mantendo o atual cenário catastrófico sobre todos os biomas. O que pode ajudar a uma possível mudança nos rumos da política ambiental brasileira é a compreensão por parte das autoridades e do seguimento econômico, o agronegócio, de que o Brasil já sofre os efeitos do aquecimento. As elevações das tarifas de energia elétrica e dos alimentos estão diretamente relacionadas à falta de chuva que compromete dos reservatórios das hidrelétricas e a agricultura.

Porém a preocupação acerca do futuro do clima global passa longe do parlamento brasileiro. No mesmo dia em que o presidente da COP 26, que ocorrerá em GLESGOU, na Escócia, estava no Brasil discutindo estratégias para a elevação da ambição do país nas metas de CO2, na câmara federal, 296 parlamentares aprovavam projeto de lei que assegurava anistia a grilagem em terras públicas, ou seja, proposta de lei que intensificará o desmatamento e impactos irreversíveis aos complexos ecossistemas na Amazônia.  

Avaliando o cenário pós pandemia, é possível o agravamento ainda maior da crise climática. A explicação se deve aos possíveis investimentos públicos e privados na reativação da economia. É possível que haja um forte retrocesso nos investimentos em energias renováveis. Conforme o relatório, dos 16 trilhões anunciados para enfrentar a crise do COVID-19 foi para medidas sanitárias e de apoio às famílias e empresas. Dois trilhões para recuperação econômica. Para estimular energias verdes o valor orçado ficou orçado em 380 bilhões de dólares, que representa 2% do montante gasto.

Prof. Jairo Cesa

 

https://g1.globo.com/natureza/noticia/2021/08/09/limitar-aquecimento-a-15oc-pode-ser-impossivel-veja-repercussao-de-relatorio-sobre-o-clima-feito-pelo-ipcc.ghtml

https://g1.globo.com/natureza/aquecimento-global/noticia/2021/08/09/influencia-humana-e-responsavel-por-alta-de-107c-na-temperatura-global-estima-relatorio-do-ipcc-orgao-da-onu.ghtml

https://www.correiobraziliense.com.br/brasil/2021/08/4942536-acao-humana-e-responsavel-por-mudancas-no-clima-sem-precedentes-diz-onu.html

https://www.wwf.org.br/informacoes/noticias_meio_ambiente_e_natureza/?79468/IPCC-a-hora-de-agir-e-agora

https://www.ipcc.ch/report/ar6/wg1/downloads/report/IPCC_AR6_WGI_Full_Report.pdf

https://www.oc.eco.br/painel-da-onu-quantifica-influencia-humana-no-aquecimento-pela-1a-vez/

https://www.oc.eco.br/emissoes-de-co2-terao-recorde-em-2023-aponta-relatorio/

https://www.oc.eco.br/camara-abre-porteira-para-anistia-eterna-a-grilagem/

 

 

 

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