MICROPLÁSTICO ESTÁ SE TRANSFORMANDO
NO TERROR DOS OCEANOS.
Durante
anos entidades não governamentais e instituições de pesquisas no mundo inteiro
vem alertando sobre os impactos ao planeta o descarte de lixos plásticos, como
sacos, garrafas, copos, canudinhos, etc. Entretanto, pouca gente sabe que há
outro vilão tão letal aos ecossistemas que os plásticos acima citados. São os microplásticos.
São micropartículas sintéticas presentes nos poliéster e do tipo fleece, que
oferece conforto e proteção térmica. O consumo desses tipos de tecidos são
difundidos em muitos países do mundo.
O
que se sabe é que no momento da lavação as microfibras de plásticos são
liberadas escoando para os cursos d’água, principalmente os oceanos. Levantamentos
feitos comprovam que todos os anos quinhentas mil toneladas dessa fibra é
descartada na natureza, volume equivalente a 50 bilhões de garrafas pet de
água. Nos próximos 30 anos, se não houver o empenho das autoridades em impor
legislações mais disciplinadoras e restritivas desses sintéticos, mais de 22
milhões de toneladas serão jogadas na natureza. A diferença do poliéster e
algodão é que as sintéticas não são biodegradáveis.
Porém
essas fibras tóxicas não são identificadas exclusivamente nos tecidos. Também são
encontradas em outros produtos como pneus, pastas de dente, tintas e
revestimentos marítimos. Levantamento feito pela OMS identificou 259 garrafas
de água, de 11 marcas em 9 países diferentes, a presença dessas micropartículas.
Pesquisadores constataram que o desprendimento dessas partículas durante as
lavações compromete ecossistemas marinhos, prejudicando a capacidade de
organismos de se alimentarem, além, é claro, das toxinas que se acumulam nos
estômagos e tecidos de espécies marinhas consumidas pelo ser humano.
Países como os Estados Unidos vem criando leis
obrigando que as empresas, com mais de 50% de material sintético, exponham nas
etiquetas a presença das fibras alertando acerca dos cuidados que se deve ter
no seu manuseio. Diante disso fica o alerta aos governos e universidades para
que dediquem recursos em pesquisas para detectar a presença dessas
micropartículas na nossa cadeia alimentar. Quanto mais agilidade mais cedo será
possível se precaver de danos irreversíveis a já fragilizada biótica marinha.
Prof.
Jairo Cezar
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