OS
REFUGIADOS DA FUMAÇA NA CHINA E OS REFUGIADOS DA ÁGUA NO BRASIL
No
final de 2016 milhares de cidadãos/ãs moradores de Pequin, China, viram-se
afetados por uma espessa névoa que cobriu a cidade por vários dias. A neblina não
era nenhum fenômeno natural como acontecem em determinadas estações do ano
motivadas pela inversão térmica, ou seja, choques de temperaturas. Nada disso,
o que ocorreu em Pequin foi resultante da intensa poluição proveniente das
centenas de fábricas e automóveis que lançam diariamente milhões de toneladas
de partículas de Co2 à atmosfera e que tornam o ar irrespirável.
Para
as pessoas mais abastadas economicamente o jeito foi comprar passagens de avião
ou outro meio de transporte e fugir para o interior em busca de ar um pouco
mais respirável. O fato é que embora haja programas, protocolos de acordos
multilaterais para limitação dos níveis de emissão de gases poluentes à
atmosfera, a cada novo encontro, reuniões como as COPs (Conferências das
Partes) já na edição 21, onde são gastos milhões de dólares só para a
organização, os relatórios apresentados com os resultados são sempre
decepcionantes.
O
que está acontecendo com o ar da China é o prelúdio de um planeta terra
possivelmente irrespirável e também inabitável para algumas espécies vivas nos
próximos séculos, quem sabe muito ante do que se imagina. O que é mais
espantoso é que o ser humano está inserido entre as espécies ameaçadas de
desaparecer.
Se
na china o problema já é a escassez de oxigênio, em outros países como o
Brasil, que concentra 20% de toda água doce do planeta, esse recurso em muitos
municípios é considerado artigo de luxo. Quem tiver alguma dúvida acerca do
problema da escassez de água basta assistir os noticiários dos telejornais. Tem
regiões ou municípios nordestinos que não chove há anos. O problema da falta de
água não está associado apenas à estiagem. A região Amazônica que concentra o
maior número de rios de água doce do planeta, também é a que apresenta a maior
degradação pela fragilidade no sistema de saneamento básico.
Quase
todos os rios e aqüíferos brasileiros já são de alguma maneira afetados por certos
tipos de poluentes, isso porque somente uma ínfima parcela dos resíduos
orgânicos lançados são coletados e tratados adequadamente. Se na China já
existem os refugiados da fumaça, no Brasil, bem mais cedo do que imagina estará
se formando os refugiados da água. Essa catástrofe não afetará exclusividade a população do semi-árido
nordestino, mas todas as regiões. A Amazônia, pasmem, é a região mais ameaçada,
não por falta d’água, mas por estar imprópria para o consumo devido a contaminação.
Prof.
Jairo Cezar
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