DONALD TRUMP REEDITA A DOUTRINA BUSH PARA O ORIENTE MÉDIO
Os
últimos episódios internacionais como o ataque com bombas químicas à cidade Síria
de Khan Sheikhoun, matando dezenas de pessoas, o bombardeio americano a uma base
aérea Síria e o deslocamento de porta-aviões dos EUA para o mar da Coréia, fizeram
acender as luzes amarelas do risco de estar se desenhando um possível conflito
bélico de proporções globais. Mais uma vez entre em cena, como nos conflitos
anteriores, o jogo de interesses e conflitos de informações entre as grandes
superpotências, EUA, Rússia e China, pela disputa geopolítica de regiões
estratégicas do oriente médio.
Circundando
na Orbita dessas potências está os países satélites de “menor” expressão como a
Síria, Irã, Arábia Saudita, Turquia, Coréia do Norte, entre outros, cujos
governos garantem apoio político e logístico para se manter a frente do poder.
O que causa estranheza quanto ao imbróglio envolvendo os ataques com armas
químicas à cidade Síria, cuja responsabilidade recaiu ao presidente Assad, é
que não havia motivo aparente para tamanha brutalidade. Para Bashar Al Assad seria
interpretado como um tiro de canhão no próprio pé.
Para
muitos analistas, os fatos ocorridos nessa região são mais complexos do que se imagina,
sendo que para entendê-los seria necessário recuar anos ou décadas de história.
A famigerada Doutrina Bush, que durou 16 anos são um desses acontecimentos
macabros que devem ser considerados nesse momento. Estaria Donald Trump
restabelecendo-a e batizando com o codinome Doutrina Trump? Outro aspecto que
também causa estranheza foi a decisão um tanto quanto compulsiva de Trump de
autorizar os ataques a uma base Síria, em resposta ao ataque químico. Isso
porque dias antes do atentado e ação militar, Trump e Putin haviam se reunido e
reatado acordos históricos e paz e não agressão a Síria.
Era possível
que no instante que houvesse rompimento do acordo ou alguma confirmação de ataque
dos EUA ao território Sírio, que é aliada política da Rússia, desencadearia
reação imediata de Moscou contra o agressor americano. Há indícios de que toda
ação americana no oriente médio tenha ocorrido a revelia do próprio governo americano.
A decisão de ataque teria partido de algum integrante do complexo aparelho de
estado e industrial bélico americano em reação ao acordo entre EUA e Rússia de
buscar a paz na região.
É claro que qualquer acordo de paz envolvendo
as superpotências resultaria em perdas bilionárias para os seguimentos industriais
que se sustentam com as guerras. Quanto a Doutrina Bush, rebatizada agora como
doutrina Trump, a mesma também pode servir de explicação para os fatos. Lembram
do Iraque, quando forças militares americanas invadiram o país alegando
existência de armas químicas escondidas. Nada foi encontrado.
Talvez
o ataque à Síria tenha tido o propósito de fragmentar o território, impedir sua
reunificação, bem como o fortalecimento dos laços de parceria entre os demais
países da região. A paz tão almejada por todos não comunga da mesma simpatia por
parte das superpotências. Ao mesmo tempo em que todos acompanham perplexos os
desdobramentos do terror na Síria, próxima da Síria, o Egito, igrejas católicas
se transformaram em alvos de bombas com dezenas de mortos.
O
que isso tem haver com o que está acontecendo naquela região? Todos devem
lembrar que no Oriente Médio, o Estado Islâmico vem se configurando como
poderosa força política paralela aos estados oficiais. Muitas das ações
terroristas deflagradas atualmente no mundo estão sendo reivindicadas por integrantes
adeptos ao estado islâmico. O Egito, com uma população estimada de 80 milhões
de pessoas, sendo que 10% dela seguem o catolicismo, nos próximos dias estará
recebendo a visita do Papa.
Há
fortes indícios que os ataques a bombas as igrejas possam ter alguma ligação
com a visita do papa, uma maneira, quem sabe, de tentar desestabilizar o estado
militar Egito e suas relações com o Vaticano. Outro aspecto importante dessa
complexa colcha de retalhos que é o oriente médio é o papel de importância
reservada ao Irã, uma das principais forças políticas e militares locais. O
governo iraniano é considerado um dos principais aliados políticos do governo
Assad, porém, acompanha discreto o desdobramento da crise atual.
O
que vem provocando irritação ao governo de Teerã é o modo como o governo da
Arábia Saudita vem se colocando em relação a Meca, uma das principais cidades
sagradas pelos muçulmanos, que todos os anos recebem milhões de peregrinos do
mundo inteiro para adoração aos pés da grande pedra azul. Por estar Meca situada
em território Saudita muitos peregrinos não conseguem entrar no país devido as
políticas restritivas de cotas estabelecidas pelo governo. Uma das principais
críticas do governo iraniano é que as políticas de cotas são aleatórias sem
critérios claros. Tais medidas vêm aumentado a instabilidade entre os dois
países, pois 95% da população iraniana pertence a ala Xiita do islamismo.
Prof.
Jairo Cezar
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