ÉTICA
DO ROUBO COMO PRATICA NATURALIZADA NO BRASIL
Desde
que nascemos nossos pais e depois, professores, entre outros, procuram sempre transmitir
valores e atitudes de honestidade e respeito um com o outro e com a coisa
pública. Com o dia a dia tais práticas vão se naturalizando, transformando em códigos
de conduta ou ética, que nos guiará por toda nossa existência. Quando saiu a
lista de Fachin, das dezenas, centenas de políticos citados nas delações
premiadas por envolvimento em atos de corrupção, é de se imaginar que milhões
de pessoas devam ter ficado atônitas com tantos nomes conhecidos, que
possivelmente devam até ter ajudado a Elegê-los com o seu voto acreditando nas
promessas de campanha.
Mais
do que nunca o debate sobre o que ética deve fazer parte do dia das nossas
casas e escolas. Nossas crianças, nosso jovens, precisam ser esclarecidas de
que tais condutas não condizem com a verdadeira ética. Com base nessa terrível
conjuntura, fica muito claro agora entender por que da necessidade da supressão
das disciplinas sociologia e filosofia dos currículos das escolas. Se ética é a
reprodução ou consciência natural do que se pensa e faz diariamente, o roubo, a
corrupção, a fraude, a propina, ambas são práticas que se naturalizaram e que
deliberadamente vem sendo praticadas por quase todos os partidos e políticos.
Porém,
sociologicamente, muito dos políticos que nos representam seu comportamento é
um retrato fiel do modo como a sociedade age. Ficou muito claro diante das
revelações dos delatores o motivo pelo qual da violenta crise recessiva que o
Brasil enfrenta. Quase todos os delatados, as cifras recebidas ultrapassam os
milhões. É muito dinheiro. Isso explica o por que do caos na saúde pública e
educação, com escolas interditadas e outras tantas aos frangalhos com goteiras
e riscos de desabamento.
O
pior de tudo é que quem será punido por toda essa roubalheira é o próprio povo,
casos as reformas trabalhistas e previdenciárias prossigam. A guerra contra os
pobres não se dá somente por parte do congresso, o próprio judiciário também
tem responsabilidade. Quando Joaquim Barbosa era presidente do Supremo, afirmou
categoricamente que não existem direitos adquiridos. O que isso significa? Um
explícito apoio as reformas inconstitucionais iniciadas por Dilma e continuadas
por Temer.
Com
que moral terá o congresso, com 71 parlamentares citados nas delações, em dar
continuidade com as reformas. Pesquisas apresentadas recentemente revelam que
mais de 70% da população são contra a reforma trabalhista e
previdenciária. A única saída para todo
esse imbróglio político seria a imediata intervenção do Ministério Público e da
própria OAB. É bem provável que todos os citados tentarão, de alguma maneira,
criar um plano para inviabilizar o prosseguimento dos processos. Se esse
cenário conturbado se manter, muitos dos políticos indiciados terão abortadas
suas perspectivas de reeleição. A não ser, utilizar o próprio congresso para
salvá-los. A lista fechada é uma das possibilidades.
Se
esse novo golpe político não se configurar no congresso, o povo terá a
oportunidade de promover a maior limpeza política de sua história em 2018,
quando elegerão uma nova leva de políticos verdadeiramente comprometidos com o
social. Porém, esse processo não será tão simples assim. Isso porque
historicamente as elites dominantes sempre tiveram sucesso nas empreitadas
contrárias à ascensão das forças populares no poder. O golpe de 1964 foi um
deles. Para 2018, que tipo de golpe estaria sendo planejado?
Prof. Jairo Cezar
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