ACORDO
MERCOSUL X UNIÃO EUROPEIA FORTALECERÁ AINDA MAIS OS LAÇOS NEOCONIAIS DA EUROPA COM
A AMÉRICA DO SUL
https://www.gov.br/planalto/pt-br/acompanhe-o-planalto/noticias/2024/12/perguntas-e-respostas-acordo-de-parceria-mercosul-uniao-europeia
No
começo dá década de 1990 às economias do planeta passavam por profundas transformações
em suas estruturas produtivas e comerciais, com isso, grupos de países vizinhos
se organizaram por meio de blocos, construindo regras próprias, para proteger
os interesses de ambos. Os blocos dos
Tigres Asiáticos, da ALCA, do MERCOSUL e da União Europeia, dão uma nova
configuração no mapa geopolítico em escala global. É claro que a partir da formatação dos blocos,
os países mais estruturados tiveram vantagens comparativas aos seus vizinhos. Um
exemplo foi a ALCA, na América do Norte, cujos Estados Unidos foram mais
beneficiados em relação aos seus vizinhos, Canadá e México.
A
partir da década de 2010 em diante os blocos tiveram seus poderes de influência
reduzidos, vindo a se destacar nesse período duas forças econômicas distintas. A
primeira, os Estados Unidos, com o apoio da União Europeia e nações satélites
como mediana expressividade no ocidente e oriente. A segunda força é a China, com forte
influência sobre as nações que a orbitam, bloco dos ex-tigres, a Rússia e
nações árabes do oriente médio. É China, portanto, a principal pedra no sapato
aos interesses hegemônicos imperialistas dos Estados Unidos. A nova rota da
seda está ocupando áreas até então sempre dominada pelo imperialismo
estadunidense e seus aliados ocidentais. Os chineses estão alocando bilhões de dólares
em investimentos em áreas estratégicas do continente africano, bem como na
America Latina.
Políticas
protecionistas, guerras comerciais, passaram a dominar o cenário geopolítico nas
duas primeiras décadas do século XXI. Tanto os Estados Unidos quanto a China,
ambos procuram restringir ao máximo o poder de influencia comercial de cada um nos
quatro cantos do planeta. Com o conflito na Ucrânia, a Rússia foi acometida por
fortes sanções comerciais por parte dos Estados Unidos e seus aliados europeus.
Como saída ao estrangulamento comercial ocidental imposto, à Rússia desloca a
sua maquinaria comercial para o centro e sudoeste da Ásia, China e Índia, por
exemplos, grandes consumidores de petróleo, gás e outras mercadorias.
O
Mercosul foi o bloco econômico criado em 1999, integrando o Brasil, Argentina,
Uruguai e o Paraguai, que desde a sua oficialização o objetivo era fortalecimento
das relações comerciais entre ambos. É claro que nessa integração, o Brasil
obteve mais vantagens que os demais devido a sua extensão territorial e pujança
econômica. Embora o tratado comercial da região não impedisse que ambos promovessem
negociações com outros blocos, o desejo de lideranças políticas e econômicas do
Mercosul sempre foi em costurar acordo de livre comércio com a União Europeia.
Depois de 25 anos, felizmente para alguns setores e trágico para outros,
aconteceu no Uruguai em 05 de dezembro de 2025, encontro dos representantes da
União Europeia e Mercosul para selar o acordo, considerado um dos mais ousados
e também polêmicos.
O
acordo, contem em seu esboço, inúmeras clausulas que devem ser negociadas pelos
países de ambos dos dois blocos. É bem provável que esse acordo mais uma vez
não irá frutificar, pelo fato de algumas nações importantes da UE se
posicionarem contrárias ao acordo, como a França, Itália, Polônia, Irlanda. Uma
das clausulas do acordo diz que se havendo a rejeição de 35% da população do
bloco europeu o acordo deixará de existir. A população atual da união europeia
alcança os 448 milhões e com a posição contrária dessas quatro nações, o acordo
seria abortado, pois ambas somam 36,5% da população do bloco.
A
França, por exemplo, é o país que vem articulando com os demais o abortamento do
acordo, pois sua ratificação afetaria profundamente o segmento agropecuário
intensamente protegidos por fortes subsídios
públicos. A Alemanha, diferente da França, Itália, se mostra entusiasmada com o
acordo, por ver grandes vantagens para sua indústria incomparavelmente mais
desenvolvida que a dos países do MERCOSUL.
Para
o Brasil, o agronegócio se coloca como um dos setores mais agraciados na hipótese
de sucesso do acordo, porém, por outro lado, isso intensificará ainda mais o
drama da crise climática global. A Abertura de novos mercados às commodities
minerais e agrícolas elevará os percentuais de desmatamentos para dar lugar à
soja, o milho, à cana de açúcar, o algodão, entre outras. O setor da indústria,
comércio e relações de trabalho teriam sérios impactos.
Com
a entrada de produtos de melhor qualidade e preços mais baratos, o já sucateado
parque industrial brasileiro sofreria um revés inimaginável, com o aumento sem
precedentes de trabalhadores sem emprego. Portanto o que é sabido do acordo
Mercosul União Europeia é que irá fortalecer ainda maior as relações
neocolonialistas entre a America do sul e o bloco europeu, nos moldes da época
colonial quando as duas metrópoles Espanha e Portugal tinham poder absoluto
sobre a região.
Prof.
Jairo Cesa
https://www.youtube.com/watch?v=JQnwUlLgyfo
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