DECISÃO DA CORTE SUPREMA NOS ESTADOS UNIDOS SOBRE O
PESTICIDA GLIFOSATO PODERÁ INFLUENCIAR NO RESULTADO DA PL 6.299/02 DOS
AGROTÓXICOS
No
dia 30 de junho publiquei artigo destacando o importante papel exercido pela ong Human Right Watch, onde
investigou a contaminação por agrotóxicos, água e populações inteiras que vivem
em áreas rurais nas cinco regiões brasileiras. Na reportagem, a ONG citou os
princípios ativos presentes nos agrotóxicos utilizados nas lavouras e seis
efeitos maléficos ao organismo, muitos dos quais banidos na Europa e Estados Unidos.
De todos os pesticidas comercializados no Brasil, o mais popular é o Roundup
cujo princípio ativo é o Glifosato, de propriedade da multinacional Monsanto.
Quase
no final do texto, fiz a explanação de uma reportagem mostrando a saga de um
cidadão norte americano que havia denunciado na justiça a multinacional Monsanto,
responsabilizando-a pelo câncer adquirido em decorrência do uso contínuo do
agrotóxico glifosato, cuja empresa, desde a década de 1970, alegava não haver risco
desse princípio ativo à tumores. Durante a escrita do texto, a corte suprema
dos Estados Unidos não havia concluído o processo, com tendências de que o
veredito fosse favorável à vítima, que lhe renderia milhões de dólares em indenização.
Além
do mais, a Monsanto sairia da banca dos réus com sua imagem profundamente
arranhada e seu principal produto ativo, o glifosato, entraria na lista dos
agrotóxicos que também mata como qualquer pesticida. De repente, na segunda feira, 13 de agosto de
2018, a imprensa mundial divulga notícia bombástica, a corte, finalmente, havia
dado a sentença, condenando a Monsanto ao pagamento de multa equivalente a um
bilhão de reais à vítima.
Na
França, o presidente Emmanuel Macron, já declarou que o glifosato vai ser erradicado
do pais a partir de 2021. No Brasil, até mesmo os jornais conservadores não
puderam se eximir de publicar a notícia. Acredita-se que tal decisão abram as
portas para centenas de outros processos que tramitam nas várias instâncias da
justiça americana e de outros países, aumentando a dor de cabeça contra a
empresa alemã, Bayer, que comprou as ações da Monsanto americana.
Como
estava descrito em um dos principais jornais de Santa Catarina, a decisão dos
juízes favoráveis ao cidadão acometido pelo câncer, foi fundamentado nas
conclusões da Agencia Internacional de Pesquisa em câncer, um organismo das
OMS, que, em 2015, classificou o glifosato como “provavelmente cancerígeno”. A
empresa americana sempre negou a relação entre o câncer e o glifosato.
Não
há dúvida que essa decisão nos Estados Unidos poderá impactar a tramitação da
PL 6.299/02, no congresso, cujo glifosato é o mais comercializado. As
expectativas era que até antes das eleições de outubro os parlamentares
fechassem a pauta, votando a PL do veneno. Agora, mais do que nunca, a pressão
popular deve ser redobrada, mantendo-se vigilantes e denunciando aqueles
deputados/as que ousarem por na pauta do dia a votação do projeto.
Prof. Jairo Cezar
Nenhum comentário:
Postar um comentário