SANTA CATARINA É EXEMPLO NA
EDUCAÇÃO PARA O PAÍS?
Há
poucos dias o governador do estado de Santa Catarina junto com o seu secretário
da educação ambos foram condecorados com honrarias no palácio do planalto por
terem se destacado como exemplos de excelentes de gestão em educação. Se o
estado catarinense com toda a encrenca estrutural e pedagógica envolvendo mais
da metade dos estabelecimentos de ensino público estadual, foi motivo de
condecoração com a Ordem Educacional do Mérito Educativo, imaginemos então a
situação das escolas dos demais estados e municípios brasileiros.
Pesquisando
na internet, identifiquei vários sites enfatizando o ocorrido, alguns dos quais
estampando manchetes do tipo: “Santa Catarina é exemplo na educação para o
país, diz o ministro”. O Ministro aqui citado
na manchete é Mendonça Filho, da educação, que acompanhado do presidente da
república, discursaram, rasgando ceda aos representantes de Santa Catarina
durante a cerimônia de premiação em Brasília. Não há qualquer sombra de dúvida
que toda essa encenação montada faz parte da propaganda pré-eleitoreira,
articulada com objetivo de tentar mais uma vez engambelar a população
catarinense com falsas verdades e promessas irrealizáveis. Lembram da novela Hospital
Regional de Araranguá, entre outros episódios espalhados pelo estado?
É
tão catastrófico o sistema público estadual de ensino catarinense, que ambos,
governador e secretário, deveriam ter recusado o prêmio e pedir desculpas de
joelho à sociedade e aos professores pelos transtornos que enfrentam
diariamente no exercício de suas funções. Como todas as mentiras têm pernas
curtas, é possível que o ministro da educação, bem como o presidente Temer, devam
ter recebido em seus gabinetes, na segunda feira, 02 de abril, exemplares do DC,
cujas capas apresentavam estampadas a seguinte manchete: À espera de estrutura: embora elogiem modelo,
escolas com ensino médio em turno integral buscam melhoria em internet,
laboratórios, multimídia, ar-condicionado e convivência.
Penso
que o jornal foi até um tanto dócil, maleável na sua manchete quando afirmou
que ensino médio integral buscava melhoria. Como querer fazer a população acreditar
que irá melhorar, se alguns dos problemas citados ou todos estão presentes há
anos ou décadas nas escolas de ensino médio e fundamental, salvo raríssimas
exceções. A internet, por exemplo, é uma das principais dores de cabeça dos
professores, sendo que algumas escolas para assegurar o funcionamento regular
dos equipamentos, são promovidas campanhas de arrecadação de recursos para a
ampliação da potência do sistema.
Sem
isso, a velocidade da internet não comportaria a demanda de atividades
obrigatórias como preenchimento de diários Online, etc. Agora se ampliarmos o
rol de outras demandas como Ar condicionado, laboratórios e salas de
multimídias, o quadro funcional das escolas passa a ser trágico. Há casos de unidades
de ensino que durante os dias de muito calor se faz necessária a promoção de
rodízios com os ar condicionados, pois o sistema elétrico da escola, por ser
tão antigo, não comporta os aparelhos ligados ao mesmo tempo.
Laboratórios
e multimídias, se porventura algum professor desejar realizar alguma
experiência científica ou trabalho de pesquisa na internet, terá que se
contentar unicamente com os livros didáticos disponíveis. Desde 2017 todas as
escolas estaduais tiveram as salas de multimídias desativadas, alguns
computadores que restaram foram instalados nas bibliotecas ou em algum outro
setor da escola. Portanto, aqui estão alguns exemplos de demandas enfrentadas tanto
pelas escolas de ensino integral como pelas demais da rede estadual, onde estão
anos luz de serem consideras exemplos de educação para o país, menos ainda
motivos de condecoração de seus principais gestores.
Prof.
Jairo Cezar
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