Algumas
reflexões sobre o GÁS DE XISTO ou FOLHELHO e seus impactos na economia e nos
ecossistemas do planeta.
Há quatro meses aproximadamente o programa Canal Livre da TV Band,
entrevistou o professor e climatologista Luiz Carlos Mollion que abordou o tema
mudanças climáticas, dando mostras claras que o planeta terra não está sob o
ciclo do aquecimento global, que tem uma duração de cerca de quinze mil anos, como
salientam segmentos da mídia global e estudiosos do clima, muito pelo
contrário, para o professor a terra está passando pelo processo de resfriamento,
fenômeno natural com duração aproximada de cem mil anos. http://noticias.band.uol.com.br/canallivre/entrevista.asp?idS=22156&id=14610336&t=canal-livre-discute-mudancas-climaticas. Em relação às fontes energéticas
convencionais e não convencional disponível, Mollion fez referências às
descobertas de gás de xisto nos Estados Unidos, cujas reservas equivalem a três
arábias sauditas. Afirmou que brevemente os Estados Unidos se tornarão auto-suficiente
na produção desse combustível, podendo transformar o pré-sal brasileiro num fiasco
econômico, pois tornará os preços do petróleo nada competitivos no marcado
internacional.
O que gera apreensão em relação ao respectivo gás é quanto aos impactos
ambientais resultantes da sua extração e beneficiamento, que ameaçará os
lençóis freáticos, transformando às águas subterrâneas em sérios riscos à saúde
pública. No entanto, há os que defendem que o gás oriundo do xisto libera menos
partículas na atmosfera que as termoelétricas a carvão.
Essa afirmação não condiz com os estudos publicados pela Climatic Change
Letter, (cienciahoje.uol.com.br/colunas/terra-em-transe),
na qual denuncia que o gás, durante o
seu ciclo produtivo, emite tanto ou mais gases do efeito estufa que os demais
oriundos de hidrocarbonetos fósseis. O alerta transmitido pela organização
climática não corresponde com a opinião do geofísico e professor Mark Zuback,
da Universidade Stanford, Califórnia. veja.abril.com.br/blog/Ricardo-setti/tcg/gas-de-xisto.
Segundo Zuback, os benefícios
ambientais dessa forma de energia são tão positivos quanto os do gás natural
convencional. A geração de eletricidade com gás produz apenas a metade do
dióxido de carbono liberado pelas termoelétricas a carvão.
Seguindo essa tendência o professor Luiz Carlos Million ressaltou que o
novo combustível poderá colocar em xeque os programas das matrizes energéticas renováveis
como a eólica, solar, os bio-combustíveis, entre outros. As pressões advindas
das organizações ambientais e demais setores da sociedade civil poderão contribuir
para multiplicar o número de ações e processos contra empresas mineradoras na
tentativa de impor limites à exploração, porém, tudo indica que os lobbies envolvendo
companhias e políticos não permitirão. Sobre a questão dos lobbies e o poder
das corporações petrolíferas na manipulação da opinião pública, recomenda-se assistir
o filme Promised Land (Terra Prometida), do diretor Norte Americano Gus
Van Sant.
O gás de xisto talvez para expressiva parcela da população é ainda um
assunto pouco conhecido devido a fraca divulgação dos meios de comunicação de
massa. Entre governos e companhias petrolíferas as discussões sobre esse
produto já vem se arrolando há algum tempo. É consenso entre ambos que as reservas disponíveis nos Estados
Unidos, Europa e na própria America do sul transformarão radicalmente o panorama
energético planetário. A China que atualmente vem alcançando altos índices de
crescimento do PIB, certamente nas próximas décadas liderará economicamente o
planeta quando der início a exploração dos seus 36,1 trilhões de metros cúbicos
de gás de xisto. Atrás da China estão os
Estados Unidos que acumulam reservas de 24,4 trilhões; o México é o terceiro,
com 19,3 trilhões. Brasil e Argentina acumulam reservas que totalizam 1.225 pés
cúbicos aproximadamente. Somente a Argentina participa com 65% do total dessas
reservas.
Todo esse entusiasmo se esbarra numa questão que já é preocupante nos
Estados Unidos e países europeus como Inglaterra e Polônia, que são os impactos
ambientais, especialmente em relação as reservas de águas subterrâneas.
Além do alerta sobre os efeitos preocupantes do gás de xisto à natureza
escrito pelo professor Luiz Carlos Mollin, o geólogo e professor da Unicamp
Oswaldo Sevá também escreveu e publicou na revista eletrônica Correio da
Cidadania: indústria do Gás de Xisto é nova frente de riscos exploratórios e
conflitos. No texto procurou discorreu numa linguagem clara sobre a
exploração desse mineral nos Estados Unidos, os procedimentos utilizados, e os
lobbies envolvendo empresas e governos na manipulação de laudos ambientais. Não
deixou de lançar críticas sobre as políticas do atual governo em abrir caminho
para a exploração desse mineral em território brasileiro. www.correiodacidadania.com.br,
Segundo Sevá a tecnologia hoje adotada para remover o gás é conhecida
pela palavra inglesa FRACKING ou fraturamento hidráulico, procedimento
no qual o solo é perfurado verticalmente até o limite do veio onde está
depositado o gás de xisto. A partir desse ponto, a perfuração passa a ser horizontal.
Por estar o gás impregnado nos poros das
rochas, sua liberação ocorre mediante a injeção na tubulação de uma “borra”
constituída de água, areia e cerca de 600 produtos químicos como o bário,
arsênio, benzeno, acrimalida, compostos orgânicos voláteis, plastificantes,
surfactantes. O problema que as empresas que atuam na exploração do gás têm
salvaguardado o direito de guardar segredo das substâncias empregadas nas
perfurações. O bário e o arsênio já são conhecidos pela população quanto as
suas toxidades, porém, os demais quase seiscentos que compõem o coquetel utilizado
na obtenção do gás de xisto, são desconhecidos pela população, em especial o benzeno,
a acrimalida e os compostos orgânicos voláteis, ambos extremamente tóxicos e causadores
de inúmeras doenças como os tumores.
Depois de triturado todo material é transportado para fora e armazenado
em tanques improvisados a céu aberto, sujeitos a vazamento e contaminação do
solo e dos aqüíferos. Há nos Estados Unidos exemplos de residências cujas
torneiras quando abertas liberam gás metano, inflamável, que chegam a pegar
fogo. Isso se dá quando junto com o gás de xisto é também liberado gás metano das
rochas, que entra na tubulação, porém, é expelido através das fissuras existentes
nos canos, misturando-se com a água dos aqüíferos onde é dissolvido até atingir
as residências, através dos canos que transportam água. Além do risco de
explosões, a água quando chega às torneiras apresenta sabor e cheiro forte. http://www.brasil247.com/pt/247/ecologia/121839/Ambientalistas-v%C3%A3o-a-Dilma-contra-g%C3%A1s-de-xisto.htm. O lobbie das companhias petrolíferas nos Estados Unidos é de tal
intensidade que chega ao limite de influenciar companhias estatais como as responsáveis
pelo tratamento e distribuição de água, manipulando análises laboratoriais que
avaliam a qualidade do líquido, bem como no setor de saúde pública oferecendo
informações não confiáveis dos prontuários sobre as enfermidades que assolam a
população residente no entorno das áreas perfuradas, eximindo as empresas de
pagamento de indenizações por danos.
Em 2005, na administração de Jorge Bush, cienciahoje.uol.com.br/colunas/terra-em-transe
a Suprema Corte Americana concedeu a indústria de gás autorização para não
revelar a composição dos fluidos utilizados na perfuração dos poços e
desobrigou a administração federal de monitorar os impactos ambientais
provocados por essa atividade. Nos Estados Unidos as posições quanto aos benefícios
e impactos do gás xisto ao ambiente se divergem dependendo da procedência das
fontes.
O “Site” Economia e Negócios do jornal O Estadão trouxe reportagem com o
seguinte título: ambientalistas vêem riscos na extração do gás xisto. economia.estadao.com.br/noticias/economia-geral,ambientalistas-veem-risco-na-extracao-do-gas-de-xisto,160918,0.htm.
No texto, a organização ambiental Clean Water Action, segundo seu representante
Steve Hrozdovich, o problema da água na Pensilvânia/EUA, é preocupante, pois as
empresas responsáveis pela fiscalização e controle da qualidade desse recurso
vêm negligenciando os dados. Essa denúncia é questionada por Lee Fuller,
vice-presidente da Associação de Produtores Independentes da America (IPAA)
argumentando que as notícias sobre os riscos de contaminação da
água são distorcidas grosseiramente para pressionar a opinião pública a se
posicionarem contrárias a extração do gás, que vem se construindo um mito
negativo em relação a esse mineral.
De acordo com a pesquisadora do Programa de Energia e Segurança Nacional
da Jhons Hopkins University, Molly
Nilton, os riscos alardeados por ambientalistas e pesquisadores não chegam ao
nível de querer paralisar a produção.
Quanto aos dados no qual detectou algum tipo de contaminação da água das
regiões produtoras de xisto, as análises são questionáveis, pois foram feitas
há mais de cinco anos e não corresponde a realidade atual.
O que realmente preocupa as empresas produtoras de gás é do risco que correm
se a agência de proteção ambiental impuser limites na distribuição de água, se
os novos estudos comprovarem contaminação por elementos oriundos da exploração
do gás de xisto. O que é curioso na opinião dos representantes de entidades
como IPAA, a Jhons Hopkings University e demais setores associados, é que ambos
expressam opiniões convergentes sobre as vantagens do gás de xisto. Em nenhum
momento fazem menção quanto aos riscos resultantes da mineração e a necessidade
de medidas mais cautelosas por parte das empresas. O jornal valor econômico em sua versão digital
www.brasileconomico.ig.br/noticias/gas-de-xisto-e-bom-para-quem_132439html postou texto intitulado gás de xisto é bom para quem, destacando
que no Brasil especialistas consultados lançaram cautela aos governos quando tratar-se
do tema gás de xisto, pois requer volumes altíssimos de água para sua extração,
superando os 15 milhões de litros em cada poço, suficientes para abastecer 300
a quinhentos caminhões pipas tamanho grande. O que realmente preocupa é que
toda essa água disponibilizada retorna para a superfície contendo elevado teor
de contaminação que deverá ser alocada em local apropriado para evitar
contaminação do solo.
A questão do gás xisto no Brasil e demais recursos energéticos recebem
tratamentos diferenciados em comparação aos Estados Unidos. Enquanto nos
Estados Unidos as reservas minerais do subsolo o direito sobre o ela é de
exclusividade do proprietário do terreno, outorgando a exploração à companhias
mineradoras sob pagamento de royalts, no Brasil a legislação garante exclusividade
à união sobre as jazidas minerais.
Diante da crise econômica na qual vem assolando os Estados Unidos desde
2008, a descoberta de tecnologias que possibilitam extrair o gás de xisto do
subsolo provocou uma histeria nacional gerando expectativa para tornar o país
auto-suficiente em gás, que limitará a dependência às importações de petróleo.
São esses e outros argumentos que
incidem a favor do governo norte americano disponibilizando milhões de dólares
em incentivos fiscais para empresas interessadas em explorar esse recurso. O
presidente Barack Obama chegou a ponto de afirmar que contar com os combustíveis fornecidos pelo Fracking é melhor do que
poluir o ar com carvão.
A Argentina, com a constatação de ter no seu subsolo enormes volumes de
gás, rapidamente o território foi sendo tomado por poderosas companhias
petrolíferas como a Chevron, que foi indiciada por desastre ambiental no Campo
de Frade, Rio de Janeiro. O processo foi arquivado, ficando isenta de punição e,
tendo permissão, para participar das licitações dos leilões do pré-sal e do gás
de xisto em território brasileiro ainda esse ano.
É sobre esse leilão que o professor Oswaldo Sevá quer chamar atenção.
Segundo ele, embora o governo brasileiro esteja atualmente centrando as fichas no
pré-sal, há indícios de que na 12ª rodada de licitações da Agencia Nacional de
Petróleo, que ocorrerá dias 28 e 29 de novembro de 2013, será colocada na pauta
de licitações o gás de xisto que procuram classificá-lo como energia não-convecional. Há informações de que
serão leiloados 240 blocos territoriais situados nos estados do Acre, Amazonas,
Piauí, Maranhão, Goiás, Tocantins, Sergipe, Alagoas, Bahia, Mato Grosso, São
Paulo e Paraná, com áreas de dezenas até mais dois mil quilômetros quadrados
que serão apresentadas pela agencia às empresas participantes do leilão.
Sem discutir o eixo da questão que são as águas subterrâneas que poderão
ser contaminadas, vale também lembrar que muitos dos estados enquadrados nos
blocos do leilão do xisto, estão no entorno das maiores reservas de água doce
do planeta como a bacia hidrográfica do amazonas, do São Francisco, do Paraná,
entre outras bacias menores.
Sobre os riscos da exploração desse mineral em território nacional,
Suzana Pádua, publicou no blog. http://www.oeco.org.br/suzana-padua/27511-gas-de-xisto-no-brasil-receita-para-um-desastre-ambiental
No artigo a mesma fez referência ao
professor Luiz Fernando Scheibe da Universidade Federal de Santa Catarina que
participou como palestrante no 18º Congresso Brasileiro de Direito Ambiental,
ocorrido no mês de junho em São Paula, alertando sobre o enorme risco à
população no instante que incluir o gás de xisto no leilão que será coordenado
pela ANP (Agência Nacional de Petróleo). Segundo o professor o risco é maior
nas jazidas situadas no oeste do estado de São Paulo e norte do Paraná, que
estão localizadas a algumas centenas de metros abaixo do aqüífero guarani. O
aqüífero guarani é a maior reserva subterrânea de água doce do planeta,
integrando os quatro países do cone sul, Brasil, Argentina, Uruguai e Paraguai.
Por ser uma atividade nova em escala planetária ainda não se tem
informações confiáveis quanto aos reais riscos para o ambiente e a vida das
pessoas. Scheibe ressaltou que diversos pesquisadores brasileiros vêm recomendando
ao governo brasileiro que decrete moratória ao produto impedindo qualquer tipo
de atividade num prazo aproximado de cinco anos, para que possa ter tempo
suficiente para promover estudos mais confiáveis sobre a viabilidade e riscos.
Porém, parece que o manifesto não sensibilizou as autoridades brasileiras, que vem
desconsiderando os acordos entre países sul americanos que compartilham das
mesmas políticas sobre o aqüífero guarani.
Não gera surpresa a postura intransigente do atual governo em insistir na
inclusão do gás de xisto no leilão da ANP dia 28 e 29 de novembro mesmo sabendo
dos riscos ambientais. A questão
ambiental dentro das políticas macro-econômicas em curso no Brasil é pouco
considerada ou interpretada como empecilho ou entrave às metas econômicas a
serem atingidas. Flexibilizar leis ambientais ou até mesmo descumpri-las em
nome do tão desejado “crescimento econômico
vem se transformando em palavra de ordem, entre governo e grandes companhias que
conseguem até mesmo influenciar o próprio Estado na inclusão ou revogação de
leis de interesse particular.
Como acreditar que projetos complexos como o da transposição do são
Francisco e a construção da polêmica hidrelétrica de Belo Monte, no Rio Xingu, estão
isentos de manipulação quanto às licenças ambientais. E o que representou para
o agronegócio a aprovação do novo código florestal brasileiro? Não há como
negar que este documento é considerado um salvo conduto a todos que cometeram
crimes contra as florestas brasileiras nas últimas décadas.
Se o documento realmente não agradou os ruralistas porque razão não foi incluída
no texto que resultou na lei ambiental proposições sugeridas pela SBPC. Seria
pelo fato de que a mesma poderia comprometer os interesses da bancada ruralista,
incluindo no documento principal itens que levaria para o banco dos réus milhares de desmatadores.
Sobre o leilão das novas matrizes energéticas que serão sancionadas no final do
mês de novembro, o gás de xisto poderá estar incluído no pacote, pois a
Petrobrás entre 2010 e 2011 disponibilizou cem milhões de reais a ser aplicados
em estudos e pesquisas desse mineral, valor esse que corresponde a 35% do valor
toda gasto pela estatal.
Em julho de 2013, o Site da Câmara
dos Deputados, na sua página meio ambiente, trouxe reportagem com o título: deputados e cientistas alertam para riscos
na exploração de gás de xisto. Vários parlamentares se posicionaram
quanto às pretensões da presidente Dilma Roussef de leiloar dezenas de blocos
territoriais para a exploração do mineral. Para o deputado Pedro Uczai, do PT,
o mesmo concorda da criação de um grupo de estudos envolvendo a ATP (Agência
Nacional de Petróleo) e SBPC (Sociedade Brasileira para Pesquisa e Ciência),
para o desenvolvimento de estudos estritamente científicos sobre o respectivo
gás. Já Sarney Filho, do PV do Maranhão, que é integrante da Frente Parlamentar
Ambientalista é totalmente favorável a uma moratória de cinco anos como vem
defendendo o professor Luiz Fernando Scheibe da UFSC. O deputado Carlos Mendes
Theme, do PSDB-SP, que integra outra frente que pela defesa do gás, até admite
a moratória, porém, deixa transparecer entusiasmo a essa nova fonte energética,
pois segundo sua opinião: o gás de
xisto foi fundamental para ajudar os Estados Unidos a enfrentar a recente
recessão. No Brasil, a exploração terá impacto positivo na economia. www2.camara.leg.br/camaranoticias(MEIO-AMBIENTE).
Nos últimos dias, com a aproximação
das datas do leilão do gás de xisto, entidades como a ISA (Instituto
Socioambiental) e ABES (Associação Brasileira de Engenharia Sanitária
Ambiental) encaminharam documentos uma para ANP e outro para a presidente Dilma
Roussef, expondo, detalhadamente, suas justificativas para que não seja
incluída a matriz gás de xisto no leilão.
Para Raul Silva Telles Valle, coordenador de política de direito da ISA,
cujo documento encaminhado à agência nacional de petróleo recebeu apoio da SBPC
e ABC (Academia Brasileira de Ciência), o mesmo defende a aplicação de
moratória por tempo indeterminado, até que tenha dados, informações e reflexões
acumuladas para decidir-se, onde e em que condições serão permitidas exploração
em território nacional. www.socioambiental.org
O manifesto da ABES entregue à
presidente da República dia 25 de novembro de 2013 e referendado por mais oito
organizações públicas e privadas, tem no seu bojo argumentos suficientes para
forçar o governo federal a mudar de opinião e excluir o gás de xisto no leilão
do dia 28 e 29 desse mês. A primeira justificativa do documento parte do
princípio de que o fraturamento hidráulico está proibido em vários países
europeus, que no Brasil poderá comprometer as bacias do São Francisco;
Recôncavo Baiano e regiões costeiras como Alagoas, Sergipe; regiões do Paraná, Perecis,
Parnaíba e Acre-madre de Dios.
O documento cita carta encaminhada
pela SBPC e ABC à presidente Dilma sobre as fragilidades apresentados no relatório
que está em andamento sobre essa matriz. São informações inconclusivas como as características
petrográficas, estruturais e geomecânicas das rochas; estudos mais precisos
sobre os riscos de contaminação dos aqüíferos; os enormes volumes de água necessários,
o coquetel de elementos químicos utilizados, o armazenamento da água
contaminada e as caríssimas técnicas de purificação e descarte. Além desses
aspectos considerados preocupantes por parte das duas entidades, a ABES
salienta que o leilão do dia 28 e 29 de novembro não foram seguidos as
seguintes determinações: regras claras sobre a atividade exploratória;
avaliação ambiental das áreas sedimentares segundo a portaria interministerial MMA/MME
N.198, de 05/04/2012; compatibilização dos planos de recursos hídricos das
bacias hidrográficas conforme a lei n. 9.433, de 08 de janeiro de 1997.
Há indícios de que mesmo com todos
os manifestos encaminhados, pressões de entidades científicas, ambientais, de
organizações públicas e particulares, não serão suficientes para sensibilizar o
governo na mudança dos planos relacionados ao gás de xisto. Como aconteceu nos Estados Unidos, os lobbies
envolvendo governo e grandes companhias petrolíferas deverão determinar o rumo
do processo, deixando no ar a sensação de que numa sociedade capitalista como a
brasileira, o poder do dinheiro se sobrepõe à vida das pessoas e do planeta.
Prof. Jairo Cezar
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