OSCIP
PRESERV’AÇÃO – UM OUTRO MORRO DOS CONVENTOS É POSSÍVEL
O
Balneário Morro dos Conventos, devido as suas peculiaridades paisagísticas e
turísticas, porém frágil ambientalmente, vem atraindo a cada ano um número
ainda maior de turistas, veranistas e visitantes, bem como a intensificação da ocupação imobiliária em
áreas de APP. Por ser uma área de responsabilidade da União, cujo Ministério
Público Federal tem ampla autonomia quanto a sua ocupação, a Oscip Preserv’ação,
se mostra apreensiva acerca da forma
pela qual vem se discutindo e processando a ocupação do balneário.
Nota-se
uma forte pressão do setor imobiliário junto aos órgãos ambientais municipais
solicitando-os autorização de licenciamentos para novas construções e tendo o
aval do poder público municipal, sem que tais procedimentos sejam de conhecimento
do Ministério Público Federal. O que deixa estarrecido e preocupados os membros
da Oscip Preserv’ação são as atitudes adotadas pelos órgãos ambientais competentes
quanto ao balneário Morro dos Conventos. São novas edificações que surgem do
dia para noite, sem qualquer infraestrutura e, talvez, sem licenciamento dos
órgãos ambientais. Além do mais é visível as ações de proprietários que de
forma aleatória, utilizam-se de máquinas para limpar seus terrenos situados em
áreas de preservação e sem qualquer fiscalização.
O
Morro dos Conventos não pode ficar a mercê dos interesses de políticos ou grupos
econômicos de plantão. Como acreditar
que os novos empreendimentos que estão sendo autorizados para o balneário estão
atendendo as políticas de sustentabilidade, se ambos estão ocorrendo de forma
aleatória, alheios às decisões federais. Além do mais, é notório o abandono do
balneário por parte das autoridades. De acordo com o parecer do órgão ambiental
municipal, ofício n. 074/12, enviado ao MPF, quando descreve que ficarão
protegidas das ocupações as demais áreas fora do perímetro estabelecido, esse
argumento não condiz com a realidade. Pois, embora existam inúmeras leis como Lei Orgânica Municipal, Código Florestal, Leis
de Crimes Ambientais entre outras que estabelecem critérios quanto ao
deslocamento humano e de veículos sobre local, o descumprimento de ambas é
notório. Toda a área sobre a falésia e do
seu entorno estão retalhadas de trilhas cujo deslocamento humano vem
proporcionando uma violenta degradação da flora e da fauna local, sem contar a
enormidade de lixo deixado no local.
É
preciso, antes de qualquer iniciativa, planejar o Morro dos Conventos a partir
de um olhar direcionado ao futuro, pensando nas futuras gerações, sempre com
ênfase aos desejos da população local
conjugadas com as novas políticas do plano diretor que está sendo construído. Não
da forma indiscriminada e insustentável da qual vem ocorrendo, sem critério,
sem respeito as leis e a diversidade da fauna e da flora local. Um dos caminhos mais viáveis para o
desenvolvimento equilibrado do local é a criação urgente de uma Unidade de
Conservação, cuja iniciativa estabelecerá políticas quanto a forma de ocupação
e preservação ambiental.
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