Festas
noturnas deixam rastros de degradação
ambiental no Balneário Morro dos Conventos.
Aquela
manhã de domingo não poderia ser comparada com as manhãs dos domingos anteriores, pois era o começo da
primavera, e para comemorar, nada melhor do que aproveitar o céu azul
transparente, o sol brilhante e caminhar com a família e amigos (as) pela orla
do Morro dos Conventos, contemplando as belas paisagens, as dunas, o
majestoso paredão com o seu farol. Porém esse sentimento que poderia ser de
total plenitude e satisfação rapidamente deu lugar a decepção e o ódio, pois no caminho havia muito lixo,
cujas águas agitadas do mar, o removia para o seu interior.
A
primeira impressão que deixava aos que transitavam pelo local era de que os
resíduos espalhados sobre a areia teriam
sido trazidos, como era comum, pelas águas do rio Araranguá. Tal hipótese foi descartada imediatamente,
pois aquele “espetáculo” na areia foi o que sobrou de uma festa ocorrida na noite de sábado para
domingo cujos os participantes não tiveram o mínimo de responsabilidade e
sensibilidade para recolhê-los e acondicioná-los em sacolas plásticas e transportá-los
para as lixeiras.
É
importante alertar àqueles (as) que lá estiveram, que talvez por “distração” ou
“descuido” descartaram suas garrafas plásticas, vidros, copos, latas e outros
objetos sobre a areia, que tais produtos quando depositados no fundo do oceano colocam em risco a vida de muitas espécies de
peixes e outros animais marinhos como tartarugas, golfinhos, etc, pois ambos os
ingerem confundido com alimentos, resultando em mortes por intoxicação e
engasgamento.
Mais
uma vez a Oscip Preserv’ação vem alertar a sociedade e as autoridades
ambientais acerca da forte depredação que ameaça o ecossistema Morro dos Conventos. São inúmeras as denúncias
feitas pela entidade durante o ano, dentre elas o corte criminoso da vegetação
nativa, construção irregular em áreas de APP, circulação de carros e
motocicletas sobre dunas e restingas. Agora, como está se tornando rotina todos
os anos em que antecede a temporada de verão, o balneário enfrenta o problema
da poluição sonora que ameaça a frágil fauna local. São dezenas de espécies de
pássaros e outros animais que procuram a tranqüilidade daquele ecossistema para
fazer seus ninhos e tocas, dando continuidade o ciclo da vida, que está
ameaçado.
Não
podemos permitir que o balneário Morro dos Conventos continue sendo manchetes
de jornais mostrando cenas de depravação como a do lixo espalhado. Mantendo
essa prática, rapidamente o balneário se transformará em terra arrasada, cujas belezas naturais, poderão
ser apreciadas e admiradas pelas futuras gerações somente por fotografias ou
relatos orais de pessoas antigas. O Morro dos Conventos não precisa de mirantes
como apregoam alguns candidatos desavisados que talvez pouco conhecem o local. O
que realmente tem que prevalecer é o respeito as leis ambientais, coibindo os
crimes e punindo os responsáveis.
É
urgente debater com a sociedade, poder público, órgãos ambientais e
organizações não governamentais, políticas sérias e viáveis para o balneário,
além domais, promover uma forte campanha de educação ambiental envolvendo poder
público, órgãos ambientais, não governamentais, secretarias de ensino que
representam as escolas públicas e privadas. Se campanhas como essas forem
levadas a sério, teremos certeza de que cada cidadão (ã) terá outro
comportamento com seu local de convívio, tornando-se mais sensível e solidário,
portanto, mais humano.
Prof.
Jairo Cezar
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