ASSEMBLEIA DO SINTE EM FLORIANÓPOLIS E O LIXO NOSSO DE CADA DIA
Na última copa do mundo FIFA, no Qatar, os torcedores da seleção japonesa protagonizaram uma cena que deveria
ser replicada para o resto do mundo como exemplo de sociedade de forte consciência
ambiental. No final de um dos jogos envolvendo a equipe do sal nascente, os
torcedores japoneses, munidos de sacos plásticos, ajudaram as equipes de
limpeza do estádio a recolherem garrafas e copos plásticos, papeis e outros
materiais deixados pelos torcedores.
Afinal por que estou trazendo esse
fato inusitado para o nosso cotidiano? A explicação é simples. Hoje em dia os
PNE (Planos Nacionais de Educação), Propostas Curriculares e outras tantas
resoluções determinam que as unidades escolares públicas e privadas desenvolvam
atividades de sensibilização ambiental, com vistas à construção de novos
sujeitos capazes de compreender o planeta como uma complexa teia, onde todos e
tudo estão interconectados.
Lançar esgotos em rios, lagos, lagos;
derrubar e queimar florestas, combustíveis fósseis, bem como usar agrotóxicos
na agricultura, tudo isso fragilizam nossos ecossistemas e a nós mesmos. Todos nós sabemos que trabalhar educação
ambiental nas escolas, como tema transversal, é um tanto complexo, pois deparamos
com vícios comportamentais trazidos de casa por nossos estudantes.
Quantas vezes professores promoveram saídas
de campo para trabalharem temas relacionados a essa área, por exemplo, campanhas
de limpeza da orla marítima, de parques, de praça, etc, e no outro dia flagrar
estudantes descartando lixo no local limpo. Tudo bem daremos um desconto por
serem crianças, adolescentes ainda não sensibilizados ao que é certo e errado. Agora
o que dizer quando são professores/as, muitos dos quais aposentados/as há anos,
que praticam atos desse tipo? O que fazer para mudar tal comportamento que denigre
uma categoria que deveria dar o exemplo nessa área?
Na última quinta feira, 17 de agosto, em uma assembleia ocorrida em Florianópolis, era inimaginável que no seu final, um rastro de sujeira fosse deixado no local. Garrafas e copos plásticos, papeis e outros objetos recicláveis ficaram espalhados por todos os cantos, muitos dos quais espalhados pelo vento para locais distantes. Penso que ficaria até inconveniente, membros da executiva que coordenavam o evento solicitar aos presentes para que recolhessem o seu lixo e depositassem em sacos distribuídos no entorno do local. De fato a própria coordenação também não teria moral de fazer tal solicitação, pois o palco onde estava havia lixo espalhado.
Sei que posso receber saraivadas de
críticas por estar abordando um tema descolado dos reais objetivos da assembleia
do Sinte em Florianópolis. O fato é que somos professores e temos
responsabilidades e compromissos éticos com aquilo que falamos e fazemos. Independente
dos problemas dos quais enfrentamos na nossa jornada profissional, por exemplo,
os descasos das autoridades à carreira docente, somos nós que educamos a
sociedade e muitas vezes falhamos cometendo atos displicentes como o da sujeira
descartada no chão da tenda da assembleia.
Prof. Jairo Cesa
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