Breve olhar sobre a história e atual situação da "Terra Santa" - Israel/Palestina: região
de contradições, palco de intermináveis disputas
Peregrinar
pela Terra santa, Israel/Palestina, cuja história reporta ao nascimento das
três principais religiões monoteístas, o judaísmo, cristianismo e o islamismo,
e palco de intermináveis conflitos e tensões religiosas e políticas, é
certamente uma das viagens mais desejadas e inesquecíveis que milhares de pessoas
devotas e não devotas desejariam realizar para conhecer e vivenciar os
mistérios de uma região onde pedras, ruínas de templos e monumentos ainda pulsam
vida, fé, paixão e dor, como há quatro ou cinco mil anos. Andar pelas estradas,
ruas, vielas, das principais cidades e vilas espalhadas pelo território judeu e
palestino, permite compreender que os livros sagrados - Torá (judaísmo), Bíblia
(cristianismo) e o Corão (Islamismo), trazem nas suas páginas inscrições
minuciosas da vida e sacrifício de uma civilização complexa que se constituiu na
adversidade de uma terra inóspita, cujos limitados vales férteis no meio do
deserto permitiam a subsistência do povo como também em palco de disputas e
frequentes guerras.
Estaria,
portanto, nas adversidades climáticas, geográficas e de localização estratégica
os motivos de tanta revolta agravadas pela situação de exploração e miséria vivida
pela população, cujo alento se deu a partir de algumas personalidades míticas
como de Abraão, David, Jesus Cristo e Maomé, entre outros, protagonizadores de
uma extraordinária revolução no pensamento religioso da época que ainda
repercute intensamente até os dias atuais. Dentre os personagens símbolos da
história religiosa e social do mundo antigo, que contribuíram para a formação
do território que hoje povos com posturas políticas tão divergentes como judeus
e muçulmanos, três deles devem ser mencionados: Abraão, Moisés e Herodes.
Abraão,
nascido na mesopotâmia, foi o primeiro vidente de Deus que reuniu seu povo e
saiu na busca da terra prometida, hoje Israel, palco na época de intensas disputas
e intrigas familiares pelo poder. Depois de três gerações, os descendentes de
Abraão rumaram para o Egito onde viveram por cerca de quatrocentos anos
submetidos a escravidão. Dentre os descentes de Abraão surgiu Moisés, filho de
escravos hebreus, criado como príncipe na corte egípcia. Numa certa ocasião,
Moisés vendo um egípcio maltratar um cidadão hebreu não conseguiu conter a
fúria e o matou. Assa atitude custou-lhe sua liberdade e do povo Hebreu que não
tiveram outra escolha que foi fugir do Egito e de encontro a terra prometida
como fez o seu antecessor Abraão. Durante a jornada pelo deserto, que segundo a
bíblia teve uma duração de quarenta anos, vários episódios ocorreram, porém o
que marcaria sua peregrinação e do seu povo que o acompanhava foi a conquista
dos territórios ocupados por outras etnias.
Um
dos acontecimentos marcantes dessa trajetória foi o cerco de Jericó, episódio
descrito na bíblia e representando pelos católicos em todo mundo onde relata a
persistência do povo israelita que durante sete dias e sete noites se
posicionaram nas proximidades da muralha cuja intenção era rompê-la e ocupar a
cidade e derrotar o povo cananeu que era considerado hostil. Com base em interpretações
católicas, a justificativa pela destruição de Jericó se deu pela razão divina,
pelo fato da cidade estar sendo habitada por um povo dito pagão que praticava
rituais de sacrifícios humanos. No entanto, diante dos fatos interpretados como
“desumanos”, era Deus quem determinava quem deveria permanecer vivo e que
deveria morrer, nesse episódio, portanto, os cananeus, podendo ser todos os
povos hostis a Israel, estariam condenadas ao possível extermínio. Situação
semelhante ao episódio de Jericó ocorreu quando da ocupação das terras do
continente americano pelos exploradores europeus. Deparando com culturas
distintas e com rituais considerados imorais ao olhar do colonizador cristão a
atitude tomada foi a exterminação ou a evangelização imediata dos “desalmados”
e “impuros”. Resultado, até hoje tanto na América, África como na região onde
cristo nasceu uma expressiva população ainda vive em situação de miséria e
exploração absoluta cuja esperança de dias melhores mantém-se viva inspiradas
nos ideais do revolucionário de Jesus cristo que morreu com dignidade não se
rebaixando aos opressores da época.
Sobre
a etnia Cananeia na qual foi vencida quando da derrubada das muralhas de
Jericó, a religião ou religiões seguidas pela sociedade tinha como princípio a
fertilidade do solo, sendo o deus supremo entre os demais existentes BAAL,
senhor do céu, que era responsável pela germinação do solo, crescimento da
lavoura e fertilidade das famílias. Fazia parte da cultura dos cananeus em
ocasiões de privações como secas, pragas ou pestes, a prática de sacrifícios
humanos, nesse caso crianças primogênitas. Com a derrubada das muralhas que levou
seis dias, segundo a bíblica, tudo foi destruído e queimado, especialmente as
pessoas que ali habitavam. Além das conquistas dos povoados também era obsessão
dos representantes de deus o domínio dos vales férteis, ou seja, todo
território hoje Israel/palestina que na época era conhecida de Canaã.
Embora
a ocupação tenha tido sucesso, o território com o tempo, depois de insistentes
disputas, foi dividido entre três etnias, os Hebreus que habitaram as
montanhas; os cananeus que ocupavam as planícies férteis e os Filisteus, que se
situaram na faixa costeira, levantando cidades importantes como Gaza. Outro
personagem bíblico reverenciado tanto por judeus como por cristãos, cuja
passagem, no oriente médio antigo, foi determinante na conquista do território,
foi o rei David. Sua obstinação era conquistar Jerusalém na época controlada
pelos Jebuseus e tentar integrar as doze tribos e transformar Jerusalém na
capital do reino unido, com a construção de uma fortificação e palácios. Um dos
herdeiros de David foi Salomão, seu terceiro filho, sujeito reconhecido pelo
povo pela sabedoria que sempre presou pela justiça. Seu governo durou quarenta
anos, num período considerado atípico para região, quando a população enfrentou
um período de estabilidade política e social.
No
entanto, Salomão passou a ser criticado pela população quanto aos exageros praticados
com o dinheiro público empregando-o para erguer obras suntuosas e desnecessárias.
No ano de 701 a.C, o Rei Ezequias, que reinou em Jerusalém e seguidor dos
princípios de David resistiu ao cerco de Senaqueribe, rei da Assíria. No
entanto as muralhas de Jerusalém são tomadas de assaltos em 586 a.C, terceira e
última invasão do exército comandado por Nabucodonosor, rei da babilônia,
levando consigo os cativos dentre eles Zedequias, o 20 e último rei de Judá,
cujos olhos foram furados e mantido preso pelo resto de sua vida. Essa postura
fez com que os judeus ficassem sobre o domínio dos babilônios até o momento que
a Pérsia invade a Babilônia sendo os cativos judeus postos em liberdade retornando-os
para a terra natal. A questão é que sob o domínio dos Babilônios os judeus
tiveram uma vida um tanto quanto confortável sendo permitido até entre outras
coisas o exercício dos cultos religiosos tradicionais. Nesse meio tempo,
Alexandre Magno em 332 a.C, com 35 mil soldados, conquista Israel que estava
sob o domínio Persa dando início ao período Helenístico, considerado, ao mesmo
tempo dramático e glorioso.
Com
a morte de Alexandre Magno com 32 anos de idade, a região foi dividida entre os
seus generais, no norte foi fundado o império Selêucida, e no sul a dinastia
Ptolomaica. A Judeia ficou sob o domínio da dinastia Ptolomaica, que durariam
cem anos, até a batalha de Panias no ano 200 a.C, quando a Judeia passou para o
domínio Selêucida. Um fato que marcou esse momento da história foi que sob o
domínio Selêucida, a postura assumida pelo monarca foi destruir todos os traços
da cultura judaica, no qual via a cultura helenística como imprescindível para
o desenvolvimento do reino. No entanto, as posições quanto ao ideal helenístico
eram divergentes entre os aristocratas e elites sacerdotais urbanas e a
população rural. Enquanto os primeiros viam com bons olhos os valores culturais
helenísticos, o segundo via com desconfiança, pois suspeitavam que os tradicionais
costumes seguidos por gerações desde a saída do povo hebreu do Egito estaria
ameaçada.
Alguns
focos de revoltas de judeus contra o domínio helênico passaram a existir,
porém, 250 anos mais tarde, o exército romano venceu os rebeldes judeus,
descontentes com o modo como a região estava sendo administrada, iniciando um
processo de exílio, até 166 a.C quando de um simples desentendimento em uma das
aldeias transformou-se em estopim para um acontecimento maior, uma revolução que
foi capaz até de criar um estado judaico controlado pela dinastia Hasmonea, no
qual depois de uma batalha vitoriosa fundam o estado judeu helenístico. Essa
revolta foi assumida por Judas, um dos filhos do sacerdote Matatias, após a
morte do pai.
No
comando treinou os camponeses como também criou um eficiente serviço de
informação que cobria a Judeia, Samaria, Galileia até a Antioquia, como forma
de saber o posicionamento das tropas inimigas para facilitar o ataque. Uma das
características marcantes da dinastia Hasmonea, quando conquistavam um
território, foi forçar o povo local a se converterem ao judaísmo. No ano de 630
a.C o Imperador romano Pompeus conquista Jerusalém, destruindo as muralhas da
cidade, porém, manteve intactos os tesouros existentes. Ao mesmo tempo promoveu
o desmembramento do estado hasmoneu devolvendo a independência às cidades
helênicas. Durante a presença romana em Jerusalém, as cobranças de pesados
impostos e as arbitrariedades e crueldades impostas resultou num levante
popular no ano de 66 D.C. quando as chamas consumiram a província da
Judeia.
Das
ruínas da antiga cidade de Jafa à capital Telaviv
A
chegar ao território israelense a primeira visita obrigatória foi nas ruinas da
antiga cidade de Jafa cujos achados arqueológicos dão conta de ali ter vigorado
uma cultura que data de cinco mil anos atrás aproximadamente. Por estar situada
sobre uma colina frontal ao mar mediterrâneo e de ter ali havido um porto, há
cerca de 120 anos a pequena Jafa começou a atrair judeus de várias partes do
mundo, tornando-se pequena para acomodar tanta gente. Diante do elevado número
de pessoas, teve de se expandir dando lugar a uma nova cidade que floresceu que
passou a se chamar Telavive, que na língua hebraica significa “Colina da
Primavera”. Cruzando as ruas das duas principais cidades israelenses Telavive e
Jerusalém como das demais pequenas cidades espalhadas pelo território,
observar-se a enormidade de guindastes e obras em construção que comprovam que
o país está em franca expansão, podendo ser esse um dos motivos pelos quais o
governo judeu insiste em estabelecer assentamentos em territórios palestinos. Percebeu-se
também que o país está se tornando destino das principais empresas de alta
tecnologia como a Google e Maicrosoft, com enormes conglomerados instalados
fora do perímetro central da cidade.
Fora
desse contexto, o que chama atenção é a enormidade de árvores e um complexo
sistema de mangueiras espalhadas por todos os cantos do país na qual
proporciona um eficiente sistema de irrigação por gotejamento permitindo o uso
sustentável da água um produto cada vez mais limitado. Esse sistema de
irrigação se faz obrigatório não somente na cidade como no campo por estar o
país situado num deserto cuja água utilizada é captada no mar da galileia que
vem sofrendo um processo de escassez. Diante dessa realidade preocupante, o
governo vem processando a dessalinização da água do mar mediterrâneo, porém em
escala menor, devido ao alto custo.
Mesmo
com todas as limitações resultantes de uma geografia adversa Israel vem se
destacando em escala mundial por desenvolver tecnologias capazes de transformar
um solo parte totalmente desértico e outro com características de semiárido
como no nordeste brasileiro em verdadeiros oásis capaz de produzir o suficiente
para abastecer o país e ainda exportar. Essa pujança tanto nessa área como em
outros setores da economia tem relação direta com as políticas que permite o
estreitamento dos vínculos entre pesquisadores, agricultores e industriais.
Como equacionar baixa quantidade de água disponível com elevada produção de
gêneros alimentícios. Além de investimentos em tecnologias inovadoras no
desenvolvimento de variedades de plantas capazes de absorver o mínimo de água,
o destaque do país é no quesito reuso da água utilizada pela população.
Somente
na cidade de Telavive, a segunda maior dos pais, 100% da água dos esgotos são
tradadas e transportadas a uma distância aproximada de 100 km, no deserto de
Neguev, onde é utilizada para irrigação do solo. Diferente dos demais países
ditos desenvolvidos, Israel reaproveita 72% da água consumida. O país que mais
se aproxima no que tange ao reaproveitamento é a Espanha, cujo índice é de 15%.
Quanto ao uso racional da água, nos centros de tecnologia também são
desenvolvidas variedades de plantas resistentes ao sal que são capazes de sobreviver
a partir da irrigação com água salobra.
Para um país cuja precipitação pluviométrica anual, na parte norte,
chega a 600 mm, e no sul, 30 mm, o aproveitamento desse precioso líquido
tornou-se necessário. Diante disso foram construídos em todo território
israelenses cerca de 225 reservatórios de águas, conhecidas como as cisternas
do nordeste brasileiro.
Mas
os avanços não param por aí. Uma empresa israelense desenvolveu um disposto
para medir, em longa distância a quantidade de unidade do solo. Esse sistema
foi empregado pela NASA e instalado em um dos braços do robô Phenix que
aterrissou em marte em agosto de 2012. O que é inovador nesse dispositivo é que
detectando a quantidade de unidade do solo, os dados são transferidos para um
software que avalia e controla o tempo real de crescimento da planta e a
quantidade de água necessária. Como também, outra empresa do setor, desenvolveu
outro dispositivo que acoplado ao caule das plantas mede os níveis de umidade
da planta e o percentual de água necessário. Devido a pouca quantidade de água
Arqueologia versos Bíblia Sagrada,
ferramentas imprescindíveis nos estudos das ruínas em Israel e territórios palestinos
Dando
sequência ao tour pelas cidades históricas foram visitadas as ruínas do que foi
um dia um dos lugares mais importantes da antiguidade oriental/ocidental, a
região da Cesaria, construída pelo Rei Herodes para acolher os romanos que se
constituiu na capital do império fora de Roma, enquanto que para os judeus, a
capital foi Jerusalém. O que marcou essa cidade a partir das escavações
arqueológicas realizadas foi que o rei Herodes construiu no local todos os
equipamentos encontrados em Roma desde o teatro, os monumentos, os templos,
etc. Em relação ao teatro construído na pequena província como nas demais
cidades conquistadas o objetivo dessas instalações nada se diferenciava quanto
a finalidade nas cidades romanas, ou seja, garantir a ordem social distraído o
povo com espetáculos, lutas, jogos e outras atividades lúdicas, de tal modo que
não se rebelassem contra os abusos e excessos de poder e privilégios reservadas
as autoridades romanas e judaicas.
Esse
comportamento “fraternal” demonstrado por Herodes com os romanos era
eminentemente econômico e militar, ou seja, estreitar os vínculos entre o
imperador e as autoridades sacerdotais judaicas. Dentro do território no qual
se constituiu a Judeia, Herodes manteve uma postura rígida, sendo respeitado e temido
por todos. No entanto, em relação ao império romano, manteve um posicionamento
de rei subalterno, um fantoche, cujas decisões tomadas de caráter internacional
tinham que ser primeiro apreciados pelo conselho romano. Um exemplo de submissão
se deu no momento que foi sentenciada a crucificação de cristo, cujo veredicto teve
que primeiro passar pelo crivo de Pilatos, governador romano em Jerusalém. Com
a derrocada romana em Israel, a região da cesareia foi palco de severos
conflitos envolvendo Cruzados Cristãos e Árabes Mouros disputando o domínio
sobre o território. Em 1099 os cruzados finalmente conquistam o território
mantendo o controle político e administrativo da região por cerca de 200 anos.
No entanto tal conquista territorial se deu de maneira relativa, pois os
muçulmanos Mouros se mantiveram posicionados além das muralhas construídas onde
está as ruínas do Teatro Romano.
Um
dos importantes achados nas escavações arqueológicas na antiga cidade de
cesareia foi uma pedra com a inscrição Poncios Pilatos, que segundo os
pesquisadores, teria sido uma dedicatória do imperador Tibério ao respectivo
governador. Até aquele momento quando da escavação da pedra com tal inscrição,
nenhum objeto com inscrição do nome Pilatos fora da bíblia tinha sido encontrado.
Por ser a arqueologia uma ciência ainda recente, em Israel os pesquisadores
quando participam de escavações em lugares de importância histórica carregam
consigo a bíblia, pois o respectivo livro ajuda a interpretar tanto as
inscrições encontradas nas ruínas, como o sentido e a maneira pela qual as
construções, os artefatos e outros objetos estão dispostos sobre o solo.
Tais
achados poderão quem sabe forçar a realização de uma revisão da bíblia
suprimindo informações que não se coadunam com o que realmente ocorreu. A
presença de ruínas de aquedutos arquitetados por engenheiros romanos para
transportar água provavelmente do lago da galileia para as cidades mostra o
caráter modernista dos romanos na execução de obras públicas monumentais no
território. No entanto, a construção dos aquedutos como dos templos, teatros e
outros empreendimentos públicos ficavam reservados a classe dos escravos como
dos soldados, uma forma eficiente de ocupar o tempo em períodos de estabilidade
social.
Nazaré, terra onde Cristãos, Judeus e Muçulmanos vivem sob constantes tensões
Ao chegar
à cidade palestina de Nazaré, com cerca de 70 mil habitantes, somente a cidade,
e 200 mil, na grande Nazaré, no trecho que leva a basílica, que segundo a
bíblia, ali teria sido a casa onde Maria teria recebido a visita do anjo a qual
anunciou que estava grávida de Jesus Cristo, nos deparamos, próxima a catedral
de um agrupamento de muçulmanos de joelhos no chão participando da oração
diária ao profeta Maomé. Foi possível perceber que a relação entre cristãos
católicos e muçulmanos no bairro não era tão amistosa, visto que no interior da
basílica era possível ouvir o som estridente dos potentes altos falantes que
transmitiam as orações para todo o bairro, dificultando desse modo a execução
das orações no interior do templo católico. A atual igreja que se denomina uma
basílica foi construída em 1969, no local que antes havia uma igreja
franciscana, datada do século XVII.
Entre
os séculos XI e XII, no local onde estão as ruínas de uma igreja franciscana, segundo
estudos arqueológicos havia outra mais antiga erguida pelos cruzados, também sobre
as ruinas de outra mais antiga, de uma bizantina, que se presume datar do
século VI. Para os católicos de Israel, a catedral de Nazaré é considerada a
mais importante das igrejas do país. Todos os anos, no dia 25 de dezembro, é
celebrada a missa do galo e transmitida para mundo inteiro. Conforme relatou do
guia, a construção da basílica em Nazaré foi possível mediante doação de
recursos provenientes de várias nações dentre elas o Brasil. Cada país doador
foi contemplado com a fixação na parede interna da igreja de um painel destacando
aspectos da cultura religiosa do próprio país. Um aspecto que chamou a atenção
dos presentes no interior do templo sagrado foi a representação artística de uma
rosa branca invertida em forma de M no centro da cúpula da catedral, que
segundo o guia a mesma simboliza a descida da Virgem Maria do céu.
A
suntuosidade e a riqueza de detalhes do interior da igreja ofusca um pouco a
precariedade do ambiente na época de Maria, que são possíveis de serem vistas
através das ruínas de uma caverna onde antes teria sido o lar de Maria. Na viagem para Tiberíades uma das principais
cidades situadas às margens do mar da galileia foi possível contemplar com um
dos cenários mais espetaculares e representativos do mundo cristão.
Monte Tabor, local sagrado dos cristãos, que foi palco de disputas no passado
Chegar
ao topo do Monte Tabor local onde segundo a bíblia Jesus Cristo teria se
desfigurado se constituiu também num momento de grande emoção e aprendizado,
uma oportunidade impar para conhecer um pouco da história de uma colina na qual
foi palco de inúmeras batalhas por disputas, onde permitiria aqueles que o controlassem
ter o domínio de todo o seu entorno. No ano IV, quando as notícias correram a
região que Jesus teria desfigurado, o monte foi santificado, transformando em
um lugar sagrado de intensas peregrinações. Com a ocupação da região pelos
muçulmanos no sec. XI d.C., o comandante Saladino líder do levante, impôs aos
soldados que destruíssem todos os lugares sagrados dos cristãos na região.
Entre
os anos de 1229 e 1263, na segunda ocupação da terra santa pelos cruzados, o Monte
Tabor volta para as mãos dos cristãos. No entanto, os cruzados foram definitivamente
expulsos da região pela etnia MAMELUCA no final do século XIII, impondo a
cobrança de pesados impostos sobre os judeus. Na ocasião destruíram os lugares
sagrados dos cristãos. Durante muitos anos depois de cessado os conflitos, o Monte
Tabor ficou abandonado, somente no século XVII a região agora sob a dominação
dos Otomanos permitiu o retorno dos monges franciscanos para o local onde
construíram um albergue para os peregrinos.
A igreja a qual hoje se conhece foi projetada em 1925 por Antônio
Barluzi e construída sobre as ruínas da antiga igreja bizantina e dos cruzados.
O Grande Manancial Hídrico da Galileia,
um lago repleto de histórias, que sofre os impactos da modernidade
A
existência de um manancial de água doce conhecido biblicamente como o Mar da
Galileia numa região desértica como Israel foi essencial para o florescimento e
desaparecimento de inúmeras civilizações conhecidas durante os últimos cinco
mil anos. O Mar da Galileia como é conhecido está situado numa fenda ou
depressão geológica a 170 metros abaixo do nível do mar, com 22 quilômetros de
comprimento e 11 quilômetros de largura, onde recebe água do rio Jordão
montanhoso e das “abundantes” chuvas que caem na Galileia Oriental e no
Altiplano do Golã. Segundo a bíblia foi o mar da galileia palco de importantes
acontecimentos como a caminhada de Jesus sobre as águas.
Navegar
pelas águas do lago da galileia, no interior de pequena embarcação, oportunizou
aos peregrinos vivenciar sensações que talvez jamais terão oportunidade. No
entanto, saindo um pouco do campo religioso, o mar da galileia, como assim é conhecido,
nada mais é do que um vale profundo inundado pelas águas do rio Jordão. Para a
população e a economia, esse é uma região de extraordinária importância
estratégica, por ser o principal manancial de água doce que abastece o país. Atualmente
os governos locais vêm impondo regras com vistas a limitar o proibir a pesca no
local como forma de evitar a extinção de espécies de peixes que tem o lago como
único habitat. Devido ao grande fluxo de turistas que se deslocam para aquela
região todos os dias, apreciar o peixe pescado no lago e que alimentou os
antepassados cristãos, é uma das principais obsessões.
No
entanto, o manancial vem sofrendo os efeitos das mudanças climáticas como
também do acelerado crescimento demográfico e da expansão econômica na qual requer
maior demanda de água. Segundo estudos a cada ano o manancial vem perdendo cerca
de um metro do seu volume de água. Nesse ritmo, acredita-se, se nenhuma medida
compensatória for tomada, em pouco mais de trezentos anos o lago estará
completamente seco. Atualmente os efeitos da redução do nível do manancial já
estão sendo sentidos ao sul do país onde está o mar morto, que é abastecido
pelas águas do rio Jordão. Além do mar da galileia ter se tornado passado palco
de intermináveis histórias, muitas das quais descritas na bíblia sagrada, foi
também o local onde muitos pescadores como o profeta Pedro e seus vizinhos,
diariamente lançavam as redes para pegar os peixes que alimentavam suas famílias.
No lugar onde hoje se encontra uma igreja, Jesus apareceu para Pedro depois da
ressurreição. O primeiro templo construído onde hoje está a igreja foi erguido
por Helena, mãe do imperador Constantino, porém foi destruída depois que os
cruzados deixaram a terra santa. A atual igreja foi construída sobre a pedra
que serviu de mesa para ceia de Jesus ressuscitado com alguns discípulos que
estavam pescando no lago.
Durante
o passeio de barco sobre as águas do lago percebeu-se o elevado número de
embarcações motorizadas como lanchas e jet ski, no qual se presume que sejam de
turistas que frequentam essa região para práticas esportivas. É um cenário nada
agradável e pessimista para um lago e uma região que conserva nas suas águas,
pedras e ruínas, vestígios de um passado que continua se descortinando através
das escavações arqueológicas. Seguindo o
passeio pelas margens lago, se chegou à cidade de Cafarnaum, na época habitada
por cerca de sete mil pessoas. Lá está às ruínas das residências do profeta
Pedro, dos vizinhos e de uma sinagoga construída para a realização de rituais
religiosos judeus e cristãos. Dentre os judeus que acreditaram nas palavras de
Jesus Cristo estava Messias.
Nesse
local a bíblica relata que inúmeras pessoas foram curadas por Jesus. Nessa
época, o cristianismo ainda era uma religião não oficial, pois os romanos a
definiam como sendo um ritual pagão. Com aumento dos seguidores e adeptos às
ideias de Jesus, o imperador Constantino tornou o cristianismo oficial, cujo
local foi construído uma igreja para orações. Sobre as ruínas onde teria sido a
casa de Pedro, um templo católico moderno foi construído onde foram respeitadas
as características arquitetônicas da antiga construção datada do século V que apresentava
uma formação octogonal. Importante salientar que a antiga sinagoga situada à
esquerda da residência de Pedro não se caracterizava apenas como um local de
oração, servindo também para estudos dos cinco livros Pentateucos, encontros da
comunidade onde eram discutidos os problemas do bairro.
Seguindo
a viagem em direção sul onde fica o mar morto, passamos primeiro pelo local
onde se acredita ter sido Jesus batizado por João Batista no Rio Jordão. Para
uma região tão árida como território israelense, não era de se esperar que
fosse encontrado um rio com dimensões semelhantes às existentes no Brasil. Na
verdade, o rio nada mais é do que um riacho cuja água é imprópria para consumo
decorrente à excessiva proliferação de algas tóxicas. Sua bacia ocupa uma área
de 17 mil quilômetros quadrados abrangendo os territórios da Síria, Israel,
Líbano e Jordânia. Suas águas são provenientes do degelo do monte Herman, entre
outros afluentes, sendo o seu percurso em linha é de aproximadamente 200
quilômetros. No baixo Jordão, próximo ao mar morto, milhares de peregrinos do
mundo inteiro para lá seguem anualmente onde procuram reproduzir os mesmos
passos de Jesus quando foi batizado por João Batista há mais de dois mil anos.
Na
rodovia que dá ligação a mar morto era possível de avistar à esquerda a extensa
e elevada colina, que serve de fronteira entre Israel e a Jordânia e o vale do
Rio Jordão com suas inúmeras cidades e plantações. Além do mais, rente a
rodovia está instalada uma enorme cerca elétrica e inteligente que deixa
transparecer que o local serve de fronteira ou separação entre as duas nações. Há
poucos quilômetros da extremidade sul do mar morto, de acordo com as
características das construções e dos templos ali situados deveria ser áreas
palestinas com assentamentos judaicos, por existir inúmeras estufas agrícolas
espalhadas por toda extensão.
Quando
perguntado ao Guia sua opinião acerca dos conflitos que ora atingem a região
tanto no sul, na Faixa de Gaza, como ao norte, coordenado pelo EI (Estado
Islâmico), que ameaçam as fronteiras do país, o mesmo respondeu que em relação
ao EI o mesmo deve ser desestabilizado devido ao risco de ameaçar o estado judeu. Segundo ele, a
criação de um estado palestino, possibilitará a formação de uma aliança com
grupos rebeldes que se opõem a Israel, podendo fornecer armamentos agravando
ainda mais as tensões com Israel.
Um da história e os desdobramentos dos conflitos entre Israelenses e Palestinos
No
entanto, o quadro de instabilidade política e social que se instalou tanto
dentro como fora das fronteiras do território israelense deve ser analisado considerando
a importância geopolítica, que desde o século XIX, é palco de ocupações e disputas,
patrocinadas por grandes potências interessadas principalmente nas grandes
reservas de petróleo da região. Além dos episódios que marcaram o final do
século XX como as guerras do golfo, Iraque e Afeganistão, o século XXI, a
região continuou sobre forte tensão social, entrando no circuito dessa vez,
países como a Síria, que vive forte convulsão social, e Israel, que sob o
guarda chuva protetor dos EUA continua com sua política de ocupação e
extermínio dos palestinos que habitam a faixa de gaza.
O problema
na faixa de gaza como nas demais cidades que juntas constituem o território
palestino, os conflitos que vem se seguindo datam da segunda metade do século
XIX quando os judeus espalhados pela Europa e Rússia, devido às políticas
antissemitas, passaram a ocupar Israel constituindo colônias agrícolas. Antes
da criação do Estado Judeu em 1947, a região esteve sob o domínio do império
Otomano e britânico, isso proporcionou uma maior ou menor leva de emigrantes
judeus para a região. Na época dos otomanos, território governo pelos
palestinos, dos 3.177 milhões que lá chegaram apenas 60 mil foi para palestina.
Realidade que em nada se compara com a época do domínio britânico, dos 1.750
milhão que emigraram 487 mil se deslocaram para palestina.
Com
o fim do domínio britânico da região e com o holocausto do pós-guerra, a ONU
intercedeu na região tomando partido na partilha do território, fundando o
estado judeu, sem consultar a população árabe. O modo como foi dividido o
território em nada agradou os palestinos que ali habitavam há séculos. A
partilha favoreceu escancaradamente os judeus, com uma população muito menor
que a palestina. As tensões entre os dois povos a cada dia ficavam mais sérias,
cujo resultado foi a guerra dos seis dias quando Israel incorpora ao território
a península do Sinai, faixa de gaza, a Cisjordânia e as colinas de Golã, que
pertenciam a Síria.
Diante
dessa situação vexaminosa para os palestinos, surgem movimentos tanto dentro
como fora de Israel em defesa da criação do estado palestino. Dentre o mais
importante foi o FATAH, partido criado pelo líder Yasser Arafat que defendia
luta armada contra os israelenses. Em 1964, surge a OLP (Organização de
Libertação da Palestina). Os impasses e as tentativas de negociais não
avançavam. A situação ficou ainda pior, quando em 1982 milicianos cristãos
invadiram campos de refugiados de Sabra e Chatila, matando cerca de dois mil
pessoas. Segundo informações confirmadas na época, o responsável pela abertura
dos campos de refugiado for Ariel Sharon, que se tornaria mais tarde primeiro
ministro de israel.
Durante
a década de 1990, as negociações que rumavam para um possível acordo que resultaria
na criação de um estado palestino, chancelado pelo presidente Ytzhak Rabin,
voltou a estaca zero quando um extremista ultradireitista judeu assassina
Rabin. As revoltas de palestinos se estendem por toda parte, porém, por não
possuir armamentos capazes de combater em pé de igualdade com o exército israelense,
como alternativa utilizam pedras atirando-as contra os solados. Esse levante
foi batizado de Intifada, sendo a primeira ocorrida em 1987.
Na
época quando vinha se discutindo a possibilidade da criação de um estado
palestino, na verdade, tudo não passou de um simples jogo de cena criado pelos
israelenses para continuar promovendo os assentamentos. Jamais foram colocadas
em prática acordos como a retirada de assentados de áreas palestinas. O que
aconteceu e vem acontecendo é o aperto do cerco, com o bloqueio das estradas e
a construção de enormes muros mantendo os palestinos confinados como se deu na
faixa de gaza, uma área de aproximadamente 400 km quadrados, onde cerca de dois
milhões de pessoas vivem em condições subumanas. Durante quase um mês a região
foi alvo de ataques aéreos israelenses, matando cerca de duas mil pessoas, na
maioria crianças, cujo objetivo de destruir lideranças pertencentes ao grupo
armado Hamas, pró-estado palestino independente.
A
Síria é também outro país que como Israel sempre esteve envolto em disputas internas
ou de potencias econômicas. A partir do início do século XX quando o império
otomano perdeu sua hegemonia sobre a região, a chancela de divisão dos
territórios antes dominados ficou entre Inglaterra e França. A França passou a
tutelar a Síria e o Líbano desconsiderando aspectos importantes desses dois
países como suas histórias e culturas. Em 1946, finalmente a Síria conquista
sua independência, porém, continuou envolvida em guerras contra seus vizinhos,
pois sua intenção era conquistar a supremacia da região, num momento que a
região estava sendo alvo de influência das duas superpotências EUA e URSS
interessadas nas grandes reservas de petróleo da região.
As
tensões aumentaram ainda mais quando na guerra dos sete dias Israel anexa ao
seu território as colinas de Golã. No entanto tais ofensivas israelenses na
região eram respaldadas pelos EUA, que naquele momento mantinham uma política
de amizade com o Irã. Com a revolução cultural iraniana, e a deposição do
governo pró-EUA, o tabuleiro geopolítico da região muda completamente, a Síria
passa a receber apoio dos países que se opõem aos EUA - pró-Israel, como
Rússia, Irã, e hoje, a própria China.
Em
1963 o partido Baath de tendência socialista conquista o poder contribuindo
ainda mais para uma aproximação com os soviéticos. Oito anos depois da criação
do partido, o poder político na síria é conquistado por Hafez Al Hassad, pai do
atual presidente Bashar Al Hassad. O governo de Hafez já começou conturbado
quando instalou um governo cujos portos administrativos passaram a ser
controlados por representantes da minoria Xiita, 10% da população Síria. Além
da aproximação com o Irã, procurou estreitar os laços políticos com o Hezbollah,
grupo armado do sul do Líbano, que faz oposição a Israel. A partir de 2001, com
os atentados das Torres Gêmeas, o panorama geopolítico do oriente médio muda
radicalmente. Os EUA lançam uma ofensiva contra os países ditos pertencentes ao
eixo do mal, ficando de fora a Síria.
Com
a primavera árabe que alterou os regimes de países como Tunísia, Egito, entre
outros, a esperança agora das potências era fazer com que a revolução atingisse
outras monarquias como a da Síria, acreditando que com a queda de Bashar Al Assad, poderia enfraquecer o regime iraniano, mantendo-o isolado. A tentativa de derrubar Al Assad do poder se manteve
mediante disponibilização de recursos e armamentos para as milícias contrárias
ao governo que vem se defrontando com as forças do governo. Uma possível
intervenção armada na Síria já foi descartada com o veto da Rússia e da China
no conselho de segurança da ONU. A própria China vem se eximindo de lançar
apoio aos movimentos contras às monarquias, pois pode incitar reações da
população do país contra o próprio regime. Atacar militarmente a Síria, como se
pretende, poderá resultar no apoio iraniano, russo e Chinês à AL Assad, bem
como expandir o conflito para a Turquia e Israel contando com o apoio do
Hezbollah.
Mar morto, um manancial previsto para desaparecer em 2050
Retornando
a problemática que vem alterando toda dinâmica física e química do mar morto,
na extremidade norte do manancial, já se vê nitidamente o tamanho dos impactos
provocados pela redução do nível das águas oriundas do rio Jordão. Enormes
crateras estão se formando no local onde antes havia água. O que é assustador é
a existência de uma extensa área de terra cuja água secou completamente. Como
forma de atenuar os impactos, o governo israelense vem drenando o canal
principal permitindo o escoamento da água até a parte norte, onde estão os
hotéis e as salinas.
Transpor
a água de um lado para o outro está impactando ainda mais o lago da galileia,
que perde diariamente quantidade substancial de água. Os hotéis situados às
margens do mar hospedam milhares de turistas do mundo inteiro anualmente, que procuram
o local para banhar-se nas águas salgadas e terapêuticas, bem como aproveitar o
sol medicinal do local comprovadamente eficiente no combate de doenças como artrose,
artrite entre outras.
O
problema, portanto, do Mar Morto é muito maior do que muitos pensam. Se o ritmo
do volume de água transportada pelo rio continuar diminuindo, acredita-se que
por volta do ano de 2050 o manancial estará completamente seco. É importante
salientar que o mar morto perdeu sua ligação com o mar mediterrâneo há aproximadamente
18 mil anos. Nos últimos 60 anos o importante recurso natural, que é repleto de
histórias e palco do afloramento de três religiões monoteístas, vem sofrendo os
efeitos do mundo moderno, das estruturas produtivas predatórias que exploram os
recursos naturais sem levar em conta os impactos aos ecossistemas existentes.
Um desses impactos observados que refletem na redução da vazão de água do
Jordão são os desvios dos afluentes para atender os interesses econômicos e de
abastecimento de Israel, Jordânia e Síria. Na década de 1950 os estudos davam
conta que o volume de água evaporado do mar morto era reposta em igual proporção
pelo rio Jordão, mantendo desse modo o equilíbrio de ambos.
Duas
décadas depois, a limitação da vasão do Jordão chegou a um nível preocupante.
De 1,3 bilhões de metros cúbicos despejados nos últimos cinquenta anos foi
reduzido para 70 milhões. Atualmente, pouco mais de 5% da água chega ao mar
morto, ficando Israel com 60% desse volume enquanto a Jordânia e Síria, ambas
ficam com 35%. Outro problema enfrentado pelo rio é em relação quanto aos
poluentes recebidos nos vários estágios de tratamento do esgoto realizado no país,
especialmente na capital Telaviv;
A
questão do turismo na região também se vê ameaçado por tais desequilíbrios sucessivos.
As usinas de Sal e de Fosfato, instaladas na extremidade sul do mar, se contrastam
com os inúmeros hotéis, muitos dos quais forçados a adaptações constantes para
permitir o deslocamento dos hóspedes até o mar, pois anualmente a distância
entre hotéis e as áreas de banhos ficam maiores devido redução do volume de
água. O agravante é que os próprios hotéis contribuem para o agravamento dos
impactos, por captarem muita água do Jordão.
A região
do mar morto é conhecida mundialmente por estar situada no interior de uma cratera
considerada a mais baixa do planeta em relação ao nível do mar. Para se ter
noção do que representa a perda gradativa de água do respectivo manancial, na
década de 1960, o mar estava a 395 metros abaixo do nível do mar, já em 2009,
esse índice saltou para 422 metros, ou seja, se as previsões dos pesquisadores se
confirmarem, em 2050, no local haverá apenas uma das foças mais profundas e
assustadoras do planeta.
Tentar
recuperar o manancial de água salgada obrigaria o despejar de 160 bilhões de
galões de água por ano. Atualmente o mar recebe um pouco mais de 10% desse
total. Há algumas alternativas pensadas, porém, foram engavetadas ou se
perderam nas burocracias decorrentes das crises políticas e econômicas envolvendo
os países interessados no projeto. Uma das propostas pensadas em 2005,
envolvendo Israel, Jordânia e a autoridade Palestina seriam a instalação de
tubulações capazes de transferir de dois bilhões de metros cúbicos de água do
mar vermelho em direção ao mar morto. Um projeto ousado de 200 km de distância,
com custo estimado de dois bilhões de dólares. Há riscos, segundo os
ambientalistas, é que com a execução da obra poderá haver impactos no manancial
decorrente da química do mar vermelho que poderá desequilibrar o ecossistema do
mar morto.
A
salvação do respectivo manancial deixa de ser obrigação não só dos países situados
no seu entorno, bem como de toda humanidade, devido a sua importância histórico/religiosa,
por ser também um ecossistema complexo constituído por vários oásis de água
doce e habitat natural de plantas e animais endêmicos e migratórios. Sem contar
que essa região anualmente serve como rota e parada para 500 milhões de
pássaros, de pelo menos 300 espécies, como cegonhas e pelicanos que nas
migrações entre a África e Europa tem o local como parada obrigatória.
A grande fortaleza de Massadas, símbolo
de resistência e orgulho do povo Judeu
No
período em que o Rei Herodes governou a Judeia, diante das constantes ameaças
de revoltas populares e invasões externas, decidiu patrocinar a construção de
fortalezas que garantissem segurança para si e sua família. Antes de discorrer
acerca do que representou essa
construção para a época é importante relatar um pouco da vida e o que
representou Herodes durante o período cuja região estava sob domínio romano. No
ano 40 a.C, duas décadas depois de Pompeus ter entrado em Jerusalém, o império
dos Partas invadiu a Judeia. Temeroso com a sua segurança, Herodes se retirou
da Galileia junto com sua família e foram para as imediações do mar morto onde
deixou todos em segurança numa fortaleza construída no topo do Monte Massadas.
Depois
de lá, se deslocou para Alexandria, no norte da África, e para Roma, onde foi
nomeado rei da Judeia pelo senado romano. Sua nomeação como rei foi
providencial. Isso porque, no comando das forças militares poderia forçar a derrubada
do comandante dos Partas da Judeia, considerado arqui-inimigo dos romanos. Dito e feito, em 37 a.C Herodes invadiu Jerusalém
e derrotou Matitiahu Antigonus, último rei da dinastia hasmonea. Quando foi nomeado
governador da Galileia, Herodes perseguiu mandando matar todos aqueles que o
ameaçaram, deixando de lado as formalidades jurídicas que tanto presava. Suas
ações foram apoiadas por Sestus Cesar, governador romano da Síria.
Diante
de tais medidas autoritárias, os representantes da justiça em Jerusalém, o
forçaram a comparecer diante do tribunal para que fosse submetido a interrogatório.
Quando chegou ao local, estava acompanhado com uma legião de soldados fazendo
com que o resultado do interrogatório lhe favorecesse. Quando assumiu o reino
da Judeia, sua primeira ação foi determinar a execução de mais da metade dos
integrantes do Sinédrio (justiça da Judeia), especialmente os que integravam ou
eram comprometidos com o governo anterior. No ano 19 a.C Herodes mandou
construir, pela segunda vez, o Templo Cristão, cuja fundação foi erguida um
muro de 50 metros de altura, com o emprego de um exército de dez mil
trabalhadores e mil sacerdotes treinados para construir o Santo Santíssimo no
templo de Jerusalém.
Das sete fortificações construídas em todo
território por Herodes, a mais espetacular estava situada na região de Massadas.
Durante as escavações arqueológicas realizadas a partir de 1969, os artefatos
encontrados forneceram informações importantes sobre a vida de Herodes e o
vasto conhecimento das técnicas arquitetônicas aplicadas na obra. No entanto, Herodes jamais morou na fortaleza.
Durante a ocupação Romana, a intenção do imperador romano era dominar a
fortaleza. Diante das dificuldades que teriam para escalar o pico, com riscos
de sofrerem inúmeras baixas, os romanos adotaram a guerra psicológica, ou seja,
construíram rente a montanha uma mine-barreira de pedra, mantendo no local
cerca de cem soldados permanentes na tentativa de intimidar o exército Judeu.
Se o
exército romano na época era constituído por cerca de vinte mil homens, por que
razão não realizada a tomada imediata de Massadas? A resposta estaria no alto
custo dessa operação. Primeiro porque era mais em conta para os romanos manter
cercada a montanha e ocupar as demais cidades espalhadas pelo território.
Transferir uma legião de milhares de soldados para aquela região exigiria
provisões como alimentação e água, elementos não disponibilizados naquele
lugar. Cabe frisar que os soldados que compunham o exército romano eram
constituídos na sua maioria por mercenários oriundos da Síria, Egito, Pérsia,
cruéis e sanguinários com qualquer um que tentasse se rebelar contra o império.
Para intimidar o inimigo, adotava a prática da crucificação, uma forma de
punição que resultava na morte do condenado.
Massada,
portanto, foi finalmente dominada e ocupada oitenta anos depois da morte de
Herodes. Para o povo Judeu, Massada até hoje é considerada um símbolo para o
estado israelense, um local que conserva fragmentos de uma época de guerras, de
disputas, e que se mantem intacta. Se deslocando em direção a Jericó, se avistou
as cavernas no alto das montanhas onde foram encontrados pergaminhos do mar
morto, que constavam inscrições dos livros do antigo testamento, menos o livro
de Ester, não encontrado. A documentação encontrada, parte dela está no museu
nacional em Jerusalém e demais museus na Europa e Estados Unidos.
Impactos na economia de Jericó e Belém
resultantes dos conflitos na Faixa de Gaza
Além
da visita a cidade de Belém, o grupo também esteve na cidade de Jericó, ambas,
se constituem em territórios palestinos. Nelas estão as ruínas de construções
importantes para o cristianismo como a montanha em Jericó onde cristo foi
tentado pelo demônio. Ambas as cidades sofrem violentamente os impactos dos
conflitos na região, pois dependem do turismo, e com o conflito na Fixa de
Gaza, milhares deles cancelaram suas viagens. Jericó, segundo informações da
população local, há quase dois meses não recebe nenhum turista, tornando as
condições de subsistências da população ainda piores. Diferente de Jericó para
se chegar à cidade de Belém, foi necessário passar por dois postos de
segurança, um controlado por solados israelenses e o outro por palestinos. A
cidade de Belém, de acordo com o novo testamento, se chama cidade de David, onde
teria nascido há cerca de três mil anos. A presença de Belém como terra sagrada
para os católicos se deve ao fato do nascimento de Jesus numa manjedoura, ou
caverna, isso porque sua família era pobre não tendo condições financeiras para
adquirir uma casa digna.
A
presença de José e Maria no local, naquele momento, foi porque periodicamente
havia obrigação do povo judeu participar do censo, e por estar grávida deu a
luz naquela cidade. Portanto, Belém é a cidade onde Jesus nasceu, e por ser
território palestino, Jesus cristo seja um palestino filho de judeus. Hoje,
mais de dois mil anos depois do nascimento de cristo, a cidade, com cerca de
cinco mil católicos, passa por profundas dificuldades. Primeiro porque se
encontra cercada por um imenso muro de concreto, cuja população para sair ou
entrar da cidade são forçadas a revistas em duas guaritas de segurança, uma no
lado israelense, outra no lado palestino. Dependendo da situação na região,
havendo qualquer ameaça a segurança, o governo israelense pode a qualquer
momento determinar o fichamento fronteira deixando o povo numa situação
desespero.
Entretanto
mesmo com todas as adversidades sociais e econômicas, em Belém é possível
observar muitas construções novas, isso se deve graças à intervenção da ONU, que
destinou recursos para sua reconstrução. Nas ruínas e paredes de construções
antigas é possível de avistar marcas de perfurações de balas. Enfim se chegou à
cidade de Jerusalém, uma cidade moderna, bonita, com uma arquitetura inovadora
que preserva traços do passado mantendo uma atmosfera de cidade antiga e nova
ao mesmo tempo sem agredir os olhos de quem lá vivem e visitam.
Jerusalém, cidade de contrastes, onde o
passado ainda permanece presente no imaginário social
Conhecer
a antiga cidade de Jerusalém a partir de uma pequena conina deixa transparecer o
quanto foi marcada pela fé e devoção representada nos detalhes das construções,
monumentos e templos espalhados pelos vários quadrantes da cidade. A primeira
vista o que chamou a atenção foi a espetacular muralha cujas fundações datam de
mais de dois mil anos, que devido as ações do tempo e das guerras foram
destruídas e reconstruídas várias vezes.
Na época
de Jesus o principal templo católico estava exatamente onde hoje está a
mesquita muçulmana cuja cúpula dourada pode ser vista em todos os lados da
cidade. Na antiguidade, a cidade de Jerusalém ocupava uma área de um quilômetro
de largura por dois de comprimento. Um aspecto curioso em relação a cidade
antiga é quanto ao muro que circunda a cidade. Na época a casa do sumo
sacerdote Kaifás, onde Jesus fora julgado, estava localizada no lado interno do
muro, sendo hoje nesse mesmo local foi erguido um templo, que se encontra foram
dos limites da muralha. Para compreender o que é Jerusalém hoje e o que foi no
passado é necessário retornar cerca de quatro mil anos da história, quando
Abraão chegou a essa terra para sacrificar o seu filho. No ano três mil, Davi
conquistou a cidade, construindo o templo de Salomão que se manteve em pé até o
ano de 586 a.C quando foi destruído pelos babilônios.
Em
resposta a ação dos babilônios, os judeus ocuparam a babilônia e a controlaram
por 70 anos, quando retornaram construíram o segundo templo. No entanto,
durante esse período o tempo foi construído por três vezes. No ano de 333 a.C,
novamente Jerusalém sofreu a investida do exército de Alexandre, o Grande.
Depois da sua morte a região foi dividida entre seus herdeiros. O clima social
na região mantinha sempre tenso, isso resultou numa revolta popular quando os Judeus
se rebelaram contra os helenistas, descendentes do imperador Alexandre. No ano
40 a.C, foi a vez de rei Herodes reinar e refazer o templo, onde hoje se
encontra a esplanada e a mesquita muçulmana. É na época de Herodes que Jesus
cristo apareceu no cenário da história transformando-se numa das principais
personalidades da época, capaz de mobilizar milhares de pessoas e criar uma
nova religião que permanece sólida até os dias de hoje.
Sua
postura política em defesa dos oprimidos gerou preocupação às autoridades que
passaram a vê-lo como risco iminente à hegemonia política da classe dominante local.
Uma das passagens que comprova a indignação de cristo ao modo como muitos
tratavam lugares sagrados, ocorreu onde hoje é esplanada dos ministérios quando
expulsou os negociadores. Esse episódio é narrado na Bíblia quando Jesus
indignado com derrubou as mesas expulsando a todos que transformavam o local em
espaço de jogatina. No ano de 70 d.C., o templo foi novamente derrubado.
Com
a conversão dos romanos à religião cristã, a primeira medida tomada foi a
derrubada dos templos pagãos e a construção da igreja do santo sepulcro, local
hoje controlado pelas diferentes igrejas cristãs ortodoxas e não ortodoxas. Com
a tomada de Jerusalém pelos palestinos, os templos cristãos foram destruídos
exceto a igreja do Santo Sepulcro. Jerusalém transformou-se na terceira
possessão mais importante dos povos muçulmanos. Alguns anos depois da conquista
da cidade, em 695 construíram a mesquita com a cúpula dourada, considerada uma
das mais antigas construções do Islã no planeta. Quando os cruzados chegaram à terra
santa em 1099 com objetivo de libertá-la do domínio muçulmano, tiveram a
ousadia de colocar uma cruz no templo de Salomão, transformando em um lugar
sagrado dos cristãos.
O
domínio dos cruzados sobre a cidade não durou muito, anos mais tarde o líder muçulmano
Saladino conquistou novamente o território cuja primeira iniciativa foi lavar o
monte ou colina com água de rosas, com a intenção de purificar o local.
Seguindo a trajetória história de Jerusalém, em 1919, os ingleses conquistam o
território entregando o controle político e administrativo aos muçulmanos. Em
1948, a vizinha Jordânia ocupa a região exercendo controle político sobre a
cidade. 19 anos depois do domínio jordaniano, Israel novamente retoma a cidade
na conhecida guerra dos sete dias. Tendo o controle sobre a mesma, o governo de
Israel adota algumas medidas emergentes e ousadas como a liberdade religiosa
dos muçulmanos, porém, o controle da segurança no local seria mantido pela
polícia de Israel.
Chegar
ao local onde se encontra as ruínas do caminho onde Jesus fez até a sua
crucificação e sepultamento, foi preciso primeiro entrar na cidade antiga de Jerusalém,
lado onde está o muro das lamentações, construído por Herodes. No tempo de Jesus
o muro de arrima não tinha importância, porém, depois da destruição do templo
sagrado, ocorrido no ano 70 da era cristã, este era o único local que os judeus
podiam chegar para orar e lamentar a destruição do templo. Para os judeus, o
exercício da oração deve ser feito envolvendo o corpo inteiro. Em relação as
vestimentas, roupas pretas, cartolas e outras indumentárias, cada agrupamento
segue preceitos próprios de acordo com critérios culturais ou ideológicos do
qual acreditam.
Saindo
da área reservada aos rituais judaicos e cristãos, se chegou à área destinada
aos rituais muçulmanos, cujo acesso é
restrito, estando todos (as) sujeitos às revistas para acessar a esplanada das
mesquitas onde se encontra o templo com cúpula dourada. Notou-se que nas
proximidades do templo muçulmano um grupo de mulheres gritavam palavras de
ordem em direção a um cidadão acompanhado por dois policiais. Relatou o guia que
a revolta das mulheres era pelo fato de não concordarem com a presença da
respectiva pessoa, um judeu, no local sagrado dos muçulmanos.
Durante
a caminhada pelas vielas estreitas e movimentadas da cidade antiga de Jerusalém,
foi realizada a via sacra seguindo o mesmo caminho feito por Jesus há mais de
dois mil anos. Depois de concluída as estações o grupo se dirigiu ao local onde
cristo foi velado e sepultado, ou seja, a igreja do santo sepulcro. Antes da
construção desse principal templo dos cristãos, no ano de 132 a 135 d.C., após
a revolta de Bar Cohba, os romanos concentraram esforços para a reconstrução de
Jerusalém trocando o nome para Aelia Capitalina. Medidas como a troca do nome
da cidade não foram vistas com simpatia pela população local, no qual se
sentiam ofendidos diante da blasfêmia a certos símbolos sagrados. A construção
do templo pagão em homenagem ao deus Júpiter, onde antes teria sido de Jeová,
foi uma obra arquitetada pelo imperador Adriano. Mas, o que realmente causou
repulsa foi a profanação do local onde cristo foi crucificado com a construção
de um templo dedicado a Afrodite.
Construir
a igreja onde hoje é o santo sepulcro tornou-se uma das obsessões, sendo contratados
para erguer as bases os melhores artesãos do império. Fora dez anos de trabalho,
sendo inaugurada em 336 D.C. 278 anos depois da construção do templo, ou seja,
em 614, os Persas ocupam a cidade matando e destruindo novamente o templo. A
supremacia Persa em Jerusalém durou 14 anos, pois em 628 o exército bizantino
comandado por Heráclito invade a cidade e expulsa os Persas. Modestos Prior,
abade do mosteiro de São Teodósio, na Palestina, foi escolhido como patriarca
de Jerusalém, onde reconstrói o santo sepulcro. Anos depois, em 640 d.C., os
muçulmanos dominam a cidade, sendo que no ano de 1009 d.C., o Califa egípcio Al
Hakin ordena mais uma vez destruir o santo sepulcro.
As notícias de que a terra santa
estava sob o poder dos “infiéis” muçulmanos corria por toda a Europa medieval,
cuja reação, tanto da igreja católica como dos demais fiéis, era de indignação
e revolta. Nessa época o comando supremo da igreja católica estava nas mãos do
papa Urbano II. Sua atitude foi montar um poderoso exército constituído de
soldados e cidadãos com a finalidade promover uma cruzada à terra santa e
expulsar os muçulmanos. Seu projeto ousado se concretizou em 1099 d.C quando Jerusalém
foi ocupada e transformada na capital do reino cristão. Na ocasião foi
reconstruído novamente o templo do santo sepulcro como é conhecido hoje. Quando
se acreditava que com a presença dos cruzados na terra santa estaria encerrada
as guerras de conquistas, lendo engano.
Em 1187 d.C, na batalha de “Cornos”,
os cristãos foram derrotados voltando Jerusalém e o Santo sepulcro para as mãos
dos muçulmanos. Saladino, principal líder muçulmano não destruiu o santo
sepulcro, porém, mandou derrubar o sino e retirar a cruz da rotunda. Na época,
as chaves da igreja do santo sepulcro foram entregues à duas famílias
muçulmanas, que se mantém até os dias de hoje. Alem do mais, a própria igreja
onde está a sepultura de cristo é controlada por cinco facções cristãs: a Ortodoxa Grega, Armênia, Capta, Etíope e a Católica. Essa foi uma decisão
tomada entre ambas, através de um estatuto conhecido pelo nome de Status Quo,
como forma de evitar eventuais conflitos em relação ao controle do local e a
responsabilidade pela prática das liturgias. Essa decisão vem sendo cumprida a
risca entre ambas, chegando ao ponto de ocorrer episódios um tanto quanto
inusitados como a presença de uma escada situada na frente da igreja, que foi
colocada por alguém há cento e cinquenta anos que continua ainda lá.
Prof. Jairo Cezar
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