segunda-feira, 21 de outubro de 2019


DERRAMAMENTO DE PETRÓLEO EM PRAIAS NORDESTINAS É COMPARADO AO DESASTRE NUCLEAR OCORRIDO EM CHERNOBYL EM 1986

Resultado de imagem para vazamento de petroleo no nordeste
http://www.vermelho.org.br/noticia/324197-1

Enquanto o nordeste brasileiro enfrenta um dos maiores desastres ambientais de proporções gigantescas comparado a uma Chernobyl, muito maior que os rompimentos das barragens em Marina e Brumadinho, com centenas de mortes e desaparecidos, o governo Bolsonaro e integrantes do seu partido viraram as costas a esse crime ambiental, pois estão se digladiando disputando os milhões de reais do fundo partidário, dinheiro do contribuinte.
  Em outro país com o mínimo de seriedade dos seus dirigentes, no instante que o problema é detectando, a exemplo dos derramamentos de óleo nas praias nordestinas, emergencialmente uma força tarefa seria montada para limpeza e buscar os culpados. Já se passaram quase três meses desde o aparecimento das primeiras manchas de óleo, sem saber realmente a origem do produto. São muitas as hipóteses levantadas acerca do material poluente,[1] tendo o governo Bolsonaro dito que o petróleo poderia ter sido derramado por um navio venezuelano.
De acordo com artigo escrito por uma das maiores conhecedoras do tema no Brasil, a professora Yara Schaeffer Novelli, doutora e professora sênior da Universidade de São Paulo (USP) site “marcozero”, é impossível, com todo o aparato tecnológico hoje a disposição das autoridades, especialmente na Marinha, não ter identificado o ponto exato do derramamento e os autores. A comprovação que a marinha brasileira tem equipamento capaz de identificar uma garrafa pet no oceano. Como não ter identificado uma mancha de óleo que chega a atingir 24 km quadrados de área? Isso vem deixando muita gente intrigada.
Informações dão conta que o óleo que chegou a costa brasileira, é a ponta do iceberg diante do volume que ainda poderá chegar. Se as ações contingenciais tivessem sido executadas bem no começo do aparecimento das manchas, haveria possibilidade de minimizar os impactos, pois o óleo em águas mais frias tende a manter-se com menos fluidez, podendo ser recolhido por navios impedindo que se espalhassem.
A sensação que prevalece é que o desastre pode ter sido premeditado, com a clara intenção de o presidente vingar-se do povo e dos governos nordestinos, pela diminuta votação obtida no pleito eleitoral de 2018. Claro que tudo isso são especulações, entretanto, por que razão até o momento nenhuma ação mais consistente foi executada pelo governo federal, no mínimo uma reunião extraordinária com todos os governadores dos estados atingidos pelo óleo? Nada disso foi feito.
Qualquer um dirigente sério, teria cancelado todos os compromissos programados e transferido toda a estrutura do Estado para a região atingida. No caso brasileiro, o governo Bolsonaro viu que era mais importante viajar para a Ásia com a clara intenção de “vender” o Brasil. É estarrecedor ver todos os dias, telejornais, sites, exibindo imagens de toneladas de óleo sendo removidas por voluntários das praias, muitas das quais consideradas santuários de espécies da fauna marinha em risco de extinção.
É louvável a ação desses voluntários na luta quase subumana de tentar remover o óleo. O que muitas dessas pessoas não sabem é que esse produto é extremamente tóxico. Quando dissolvido ou em estado de fusão, os cases liberados podem causar doenças como câncer. Imaginemos agora essas partículas tóxicas presentes nos tecidos de pescados dos quais são fontes de sobrevivência para milhares de pessoas nos nove estados atingidos pelo derramamento.
A omissão do governo com a acontecido é espantosa que o povo de estados como de Pernambuco, vem realizando a difícil tarefa de recolher o óleo das praias. A ação é mais complicada pelo fato do produto possuir maior fluidez. Esse é sem dúvida o que causa mais desespero entre pescadores, ambientalistas, pesquisadores. Estando o petróleo em estado mais viscoso, a tendência é a sua dissolução na água comprometendo ecossistemas marinhos inteiros.    
O risco agora é que as manchas atinjam outras áreas frágeis como manguezais, estuários e o arquipélago de abrolhos, considerado um dos maiores santuários de corais na América Latina. Informações confirmam que 12 unidades de conservação nos mais de 2000 mil quilômetros de consta nordestina já foram atingidas pelo petróleo já foram afetados. Em 2013, o governo federal assinou decreto que criou o Plano Nacional de Contingenciamento para incidentes de poluição por óleo em águas sob jurisdição da união.[2]
Um dos itens estabelecidos no plano era a instalação imediata de um grupo de acompanhamento e avaliação dos desastres, coordenado pelo IBAMA e ANP (Agência Nacional do Petróleo). O governo atual simplesmente desestruturou o plano, a exemplo de outros organismos imprescindíveis à segurança ambiental. O governo mostra de modo explícito o seu descaso na área ambiental. Um grupo de contingenciamento somente foi instalado um mês e meio após o aparecimento das primeiras manchas de óleo. Todo esse problema somado a outros conhecidos e de repercussão internacional como os incêndios na Amazônia, poderia ter sido evitado ou minimizado se o governo federal não adotasse o plano macabro de desmonte de setores chave da área ambiental.
Mariana, Brumadinho, incêndios na Amazônia, liberação de agrotóxicos e agora o desastre na costa nordestina, são demonstrações nítidas de que a mãe terra está se definhando dia após dia. Cada um desses episódios devastadores seus impactos aos ecossistemas são difíceis de mensurar. Geralmente são necessários anos, décadas, séculos para que ambientes atingidos por ações depredatórias consigam se regenerar.
No caso do derramamento de óleo nos oceanos, o impacto é muito pior. O fato é que a remoção do produto sobre a praia se caracteriza como uma ação atenuante. Os acidentes ou crimes envolvendo combustíveis fósseis, como petróleo, carvão, combustíveis radioativos não são exceções. Já e quase rotina notícias reportando desastres ambientais no mundo proveniente desses combustíveis. Os governos especialmente dos países mais industrializados deveriam repensar suas políticas produtivas, tornando concretos os protocolos sobre o clima referendados nos encontros de cúpula a exemplo das COP (Conferência das Partes Sobre o Clima). A substituição de fontes de combustíveis fósseis por energias limpas é uma delas.
Já notaram que quase todos os desastres ambientais de proporções gigantescas no Brasil e outros países ocorreram geralmente envolvendo empresas privadas. Como a venda a preço de banana da estatal Vale do Rio Doce ao capital privado, já se perdeu a contagem da quantidade de crimes ocorridos desde a sua privatização no Brasil. Até hoje não se tem notícia de terem sido punidos os responsáveis pelos desastres ou que algum estejam presos e condenados.  
Há evidências de que a Marinha do Brasil sabe a procedência das manchas de óleo.  O aparecimento na costa nordestina de três barris de petróleo, com o adesivo da SHELL, levantou suspeita que o produto derramado pertencia a essa empresa petrolífera holandesa. Estudos realizados pela Universidade Federal de Sergipe comprovaram que o material presente nos barris apresenta as mesmas características do petróleo que apareceu na costa.
É presumível que a marinha deva ter recebido algum comunicado para não divulgar o relatório onde aparecem os responsáveis, principalmente num momento em que o governo Brasileiro vem arrematando o pré-sal às grandes corporações do petróleo no mega-leilão. Além dessa companhia, outras 13 estavam na disputa por uma fatia desse tesouro subterrâneo e mortífero.  É importante relevar que não estou aqui afirmando categoricamente que a marinha vem guardando segredos quanto à origem e os responsáveis pelo crime ambiental, que a Shell é protagonista.
Tudo são especulações ainda. Entretanto, há fortes indícios que todo o estrago de dimensões faraônicas pode ter sido sim praticado pela empresa petroleira holandesa Shell. Se for comprovado o crime, na hipótese de uma ação crime contra a companhia, todo o dinheiro acumulado pela empresa não seria suficiente para restabelecer o dano provocado. Serão necessárias décadas até mesmo séculos para que os ecossistemas danificados possam se regenerar. Porém, nem tudo poderá jamais ser recuperado. Muitas espécies, especialmente de corais, pescados e demais organismos desaparecerão para sempre.
    O que é consenso hoje é enquanto persistir políticas econômicas pautadas em fontes não renováveis, outros desastres similares a costa nordestina estreitarão ainda mais o caminho para a extinção humana. Ainda há tempo, no entanto, o relógio planetário já está numa contagem regressiva. Segundo estudos realizados, a não cumprimento dos protocolos assinados no último COP de Páris, em 2030 ou 2050, a sobrevivência humana na terra estará seriamente comprometida. 
PROF. JAIRO CEZAR

https://www.youtube.com/watch?reload=9&v=bv4AoqZsfHs - the battle of chernobyl (a batalha de Chernobyl).

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