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REFORMA DO ENSINO MÉDIO E A PRECARIZAÇÃO DA EDUCAÇÃO PÚBLICA BRASILEIRA (ESCOLA SEM ESTADO)
Em uma
semana marcada pela divulgação dos péssimos resultados das avaliações do IDEB das
escolas básicas brasileiras, o que mais chamou a atenção e que sacudiu as redes
sociais e os corredores das unidades de ensino de todo o Brasil, foi a notícia
dada pelo ministro da educação de que ainda esse ano será feita profunda reforma
do currículo do ensino médio. Se a reportagem em relação a reestruturação curricular já era preocupante, virou tragédia
quando se soube que no conjunto da reforma estava a supressão do ensino
médio as disciplinas de sociologia,
filosofia e história e a ressurreição da educação moral e cívica.
Tudo
isso parece piada de mau gosto, uma demonstração explícita de que pouca coisa
no Brasil é levada a sério. Forjam-se cenários fictícios, onde leis,
resoluções, planos, são elaborados para alavancar a educação, porém, jamais
concretizado, pelo fato das propostas se confrontarem com os interesses dos donos
do poder de não admitir qualquer transformação. Pois vejamos. Nem bem completou
quatro meses a frente do poder, o atual presidente já vem protagonizando
algumas cenas mirabolantes que dão mostras de que sua política de governo e de
expressiva parcela do congresso nacional é manter a população brasileira em
absoluta ignorância com a suspensão dos programas de alfabetização e ensino
integral. Segundo levantamentos estatísticos, atualmente no Brasil 8,6% da
população não sabem ler nem escrever.
Havia
também a possibilidade de ser inserido no Brasil um novo sistema mais completo
de avaliação da educação básica, com o acréscimo de indicadores importantes
como a valorização de professores, universalização do atendimento escolar e
gestão democrática. O que o governo federal fez foi a imediata suspensão da
proposta. Quanto as creches a notícia também não agrada. O que se pretende é
transferir essa modalidade de ensino para o Ministério do Desenvolvimento Social,
com reais possibilidades de fechar acordo de parceria público privada para a
gestão das mesmas. Acredito que muitos ainda se lembram da longa e incansável
saga dos educadores para que o governo assegurasse o aporte de 10% do PIB para
a educação.
Depois
de muita batalha, a proposta aprovada iria garantir o repasse gradual de
recursos até atingir percentual máximo de 10% em 2014, fase derradeira do PNE.
Vejam a encruzilhada que se encontra a educação pública cujo futuro é incerto.
Com o fim do controle da exploração do pré-sal, não há mais como assegurar que os
royalties prometidos realmente serão destinados a educação. Dentro das expectativas atuais, com o acordo
firmado, entre 2015 a 2030 os recursos obtidos com a exploração do pré-sal
chegariam a 213 bilhões de reais. Desse total, a educação receberia por ano
cerca de 7 bilhões de reais. Agora com o fim do controle do pré-sal pela
Petrobras, aprovado pelo senado, o dinheiro para o financiamento da educação é
incerto.
Para
piorar, tramitam no congresso outras propostas como a PEC 241, que sendo
aprovada colocará os professores e os demais trabalhadores numa situação de
penúria absoluta. A proposta pretende congelar os reajustes salariais dos
trabalhadores por cerca de vinte anos. Segundo o ministro da fazenda, em
relação ao piso do magistério, a proposta de Meireles é corrigir o salário pela
variação da inflação. Quanto ao FIES e
o PRONATEC o interesse do governo e permanecer com programa. Isso se dá pelo
fato de o programa atender o interesse do seguimento empresarial, formando mão
de obra barata para o mercado.
Prof.
Jairo Cezar
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