PRAIA
DE PALMAS, MUNICÍPIO DE GOVERNADOR CELSO RAMOS, LAGOA DO PERI, EM FLORIANÓPOLIS, AMBAS
CONTEMPLADAS COM O SELO BANDEIRA AZUL. E ARARANGUÁ?
No
final de 2015 folheando as páginas do Jornal Diário Catarinense me deparei com
reportagem que discorrida sobre premiação concedida ao manancial Lagoa do Peri,
em Florianópolis e a praia de Palmas, em Governador Celso Ramos, com o Selo
ambiental Bandeira Azul. A reportagem instigou
em buscar mais informações sobre um assunto ainda um tanto quanto desconhecido,
acreditando na possibilidade de vir a ser discutido com as autoridades e a
população do município de Araranguá. Das várias pesquisas feitas em relação ao
tema e aos ecossistemas contemplados, o que se constatou foi que o poder
público de ambos os municípios junto com as instituições não governamentais,
universidades e a população civil tiveram exaustiva participação em todas as
etapas do processo até a sua implantação.
Em
contato com o coordenador da ONG “Pau Campeche”, João de Deus Medeiros, entidade
ambiental que envolve a lagoa do peri, João de Deus, o mesmo indicou a
professora da Ufsc Marinez Scheran com maior capacidade de esclarecer
sobre o projeto Bandeira Azul. Para
agilizar foi encaminhado E.mail ao superintendente da Fundação Ambiental de
Florianópolis na tentativa de agendar encontro
para dialogar sobre os passos seguidos pelo município de Florianópolis
no projeto.
Até
o momento não tivemos retorno do e.mail encaminhado. No entanto, continuamos
insistindo no assunto. Em comunicado encaminhado a professora Marinez, da Ufsc,
a mesma sugeriu que entrássemos em contato com Leana Bernardi, que é Coordenadora
nacional do programa Bandeira Azul. Em resposta, demonstrou satisfação pelo
fato de uma Oscip ambiental ter demonstrado interesse sobre o tema. Aproveitou a
oportunidade para enviar inúmeros documentos detalhando as sistemáticas à serem
seguidas e que poderão resultar na obtenção do selo.
O
selo bandeira azul teve a sua origem na França em 1985 cujo objetivo era
desenvolver políticas envolvendo o poder público e demais organizações da
sociedade civil com vistas a premiar praias, ambientes marinhos e lagunares, de
caráter turístico, quando cumprissem dispositivos estabelecidos pela entidade
internacional FEE (Fundation Enverionment e Education), entidade que representa
todos os 65 países associados, cujas eleições para escolha dos membros ocorrem a cada quatro anos na cidade de
Copenhague, Dinamarca. Fora do continente europeu, o projeto Bandeira Azul teve
seu começo em 2001, sendo que no Brasil foi homologado em 2005, com a criação
da sigla IAR (Instituto Ambientais em Rede).
A
partir desse momento iniciativas com intuito de divulgar o projeto em todo o Brasil
foi intensificado, cuja intenção seria estimular os municípios a se engajarem
no projeto como forma de melhorar o aporte turístico associando desenvolvimento
econômico e preservação ambiental. Embora o projeto Bandeira Azul e suas siglas
ainda sejam pouco conhecidos por parte da população brasileira, diferente em
outros continentes como o europeu, a tendência em um futuro próximo é a expansão
de iniciativas como essas no Brasil pelo fato do aumento da demanda de turistas
estrangeiros e nacionais por ambientes preservados.
Desde
a implantação do IAR no Brasil em 2005, dos nove ecossistemas contemplados em
2015, o estado de Santa Catarina recebeu duas certificações, a Lagoa do Peri e
a Praia de Palmas. Diferente de iniciativas semelhantes e pouco eficientes adotadas
no Brasil, o projeto Bandeira Azul com base em relatórios, documentações encaminhadas
e experiências de municípios que conquistaram o selo, comprovam que os
critérios contidos no documento como educação e informação ambiental; qualidade
da água, gestão ambiental, segurança e serviços, entre outros, passaram e
passam durante a sua gestão, um ano de duração, por um rigoroso controle e o
acompanhamento permanente de uma comissão do Instituto Ambientais em Rede,
órgão ambiental brasileiro. Na hipótese
do descumprimento de um dos critérios estabelecidos de imediato o órgão
executor nacional determina a retirada da bandeira perdendo com isso o
certificado ambiental.
Partindo
dessa iniciativa, o projeto Bandeira Azul bem que poderia ser discutido no
município de Araranguá. Tanto a praia de Ilhas como a do Morro dos Conventos
oferecem condições apropriadas para serem contempladas o selo de certificação.
A própria coordenadora nacional Leana afirmou que tal iniciativa poderia também
estar sendo integrada ao projeto orla. Alguns aspectos os dois balneários já
contemplam como segurança e serviços e qualidade da água. O que falta e que
poderia o poder público estimular é elaboração de um plano de gestão ambiental,
que poderia ser viabilizado a partir da criação de uma unidade de conservação.
Em
uma das reuniões do projeto Orla ocorrida em 2015, a proposta de criação de
unidade de conservação ficou mais evidenciada quando o representante do Grupo
Freitas deixou explícito que o
empreendedor tem interesse sim de transferir para o município até 70%
das terras onde seria criada a unidade. Diante dessa iniciativa, caberia ao
município intensificar as discussões e encaminhar decreto para homologação da
unidade. A criação de um grupo gestor da unidade seria a etapa subsequente
envolvendo seguimentos da sociedade civil organizada. O próprio trabalho de
educação e informação ambiental pode ser de iniciativa do grupo gestor.
Portanto, estamos muito perto de tornar o município de Araranguá, o primeiro no
sul de Santa Catarina a receber o credenciamento Bandeira Azul, que poderá
resultar no incremento do turismo regional.
Prof.
Jairo Cezar
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