Mais
um capítulo da interminável novela Lagoa do Caverá
A
interminável novela da Lagoa do Caverá teve sequência com mais um capítulo
apresentado em entrevista realizada por um veículo de comunicação de Araranguá que teve a participação de três moradores residentes no entorno da manancial.
Na entrevista um dos moradores relatou que a FATMA não se manifesta quanto ao
problema, que tal negligência vem contribuindo para a progressiva redução do
volume da água e o desaparecimento de espécies da fauna local como pássaros,
capivaras, ratões, entre outras espécies.
Em 1962, segundo um dos entrevistados, a
profundidade da lagoa alcançava aproximadamente três metros, sendo o canal protegido
por uma expeça vegetação na qual controlava o fluxo de saída da água. Relatou
que em 1985 a empresa Cominas, que explora a turfa nas proximidades, deliberou
o desassoreamento do canal. Porém, beneficiado pela dinâmica do solo,
rapidamente a vegetação se recompôs mantendo-se até 2004, quando novas
aberturas do canal foram providenciadas que aceleraram o encolhimento da lagoa.
O
que causa mais revolta, na opinião da entrevistada, é a insegurança e incerteza
da população quanto ao futuro da lagoa, mesmo sabendo que há um projeto tramitando
na FATMA, desde 2013, com mais de duzentas páginas. As autoridades locais, os
deputados José Milton Scheffer e Manoel Mota, que conhecem o problema, pouca
dedicação vem dando ao problema, demonstrando descaso com a sociedade
araranguaense. A lagoa, mesmo com uma lâmina d’água que pouco ultrapassa os
trinta centímetros, atrai pescadores até
de laguna. Segundo o vereador entrevistado, o problema se agravou quando em
2007, uma autoridade do órgão ambiental estadual, cuja sede é Criciúma, sobre a
ponte do Rio Caveira, solicitou a dragagem do canal para a retirada da
vegetação. Especula-se que a ação de
dragagem tenha relação com a empresa que explora turfa nas proximidades da
lagoa e, talvez, seja o motivo de resistência do órgão ambiental estadual em
expedir licença para o início da obra. Ressaltou que pode ter relação o descaso
da lagoa, com políticos do sul, a maioria da região de Criciúma, que são influenciados
pela empresa mineradora, por sua vez, está explicação do porque da morosidade da
liberação da licença.
Há
poucos dias o governador do estado esteve na região do Vale do Araranguá, cujos
moradores da Lagoa do Caverá, em contato com o secretário da SDR, solicitaram
espaço na pauta de Raimundo Colombo para expor o drama que estão vivenciando.
Quando da realização da reunião no Sombrio, não foi permitida a entrada da
comissão pró-lagoa no auditório, porém, na saída da comitiva, conseguiram falar
com o governador, no qual ficou surpreso diante do relato dramático acerca da
lagoa, propondo que cobrassem das autoridades do sul. Disse que, não havendo
sucesso com os políticos da região, que agendassem reunião em Florianópolis, para
agilizar a solução do problema.
Há
fortes indícios de que não liberando a licença até abril, dificilmente o
projeto poderá ser executado no presente ano em decorrência do período
eleitoral. Comentou-se também acerca do inquérito civil público encaminhado
pelo Ministério Publico Estadual à gerência regional da FATMA, cuja resposta
obtida foi de que o projeto orçado em 914.00 mil reais está ainda em análise
técnica, sem data para sua conclusão. Alertou o vereador na entrevista que o
complexo lagunar sul é interligado, que hipótese de secagem da Lagoa do Caverá,
as demais lagoas e todo ecossistema serão também afetados, dentre elas a Lagoa
da Serra, Sombrio, etc.
Nos instantes
finais da entrevista, o presidente do Deinfra, Paulo Meller, por telefone, faz
alguns esclarecimentos em relação ao problema da lagoa. Primeiramente, fez
críticas ao oportunismo de alguns políticos que tentam capitalizar vantagens
diante de situações como o problema da lagoa. Discorreu que o projeto de contenção da lagoa que
está na FATMA esperando o licenciamento, teve execução, graças o empenho do ex-vereador
Anísio Premoli e Cesar Cesa. Se há demora em liberação, o motivo é a complexidade
do mesmo, cuja decisão deverá ser puramente técnica. Portanto, a pressão poderá
comprometer sua eficácia. Prometeu que tentará agilizar sua execução mantendo
contato com o presidente estadual da entidade ambiental.
Retrucando
as críticas advindas do presidente do Deinfra, o vereador entrevistado
argumentou que o próprio Meller também faz parte entre os políticos do sul em
dificultar ao máximo qualquer projeto que atenda os ensejos do vale do
Araranguá. Teve influência na decisão da construção da penitenciária sul em
Araranguá e na destinação dos trezentos milhões do um bilhão destinado, para a
região de Criciúma.
Prof.
Jairo Cezar
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