sexta-feira, 22 de agosto de 2025

 

A AMÉRICA LATINA COMO QUINTAL PERMANENTE DO IMPERIALISMO ESTADUNIDENSE

Acompanhando o tenso cenário político brasileiro pós tarifaço e a prisão domiciliar do ex-presidente Jair Bolsonaro, o episódio ocorrido na câmara dos deputados, quando parlamentares bolsonaristas ocuparam a mesa diretora, prometendo que só sairiam se o presidente, Hugo Mota, pautasse pedido de anistia aos golpistas e de impeachment ao presidente do STF, é a prova cabal da continuidade da tentativa de golpe de Estado iniciada em 08 de janeiro de 2023.

Quem assistiu o desenrolar dos fatos pelas redes sociais, do deputado do Espirito Santo, Magno Malta, do PP,  acorrentado na cadeira do plenário da câmara, e que seria somente morto, e da deputada catarinense, Júlia Zanata, do PL, que levou sua filha de quatro meses para  servir  como escudo humano, deve ter imaginado como estaria o atual cenário brasileiro se a  presidência  da república fosse ocupada pelo líder dessa corja extremista, Jair Bolsonaro, o inelegível, que está agora detido em sua residência e prestes a ser condenado.

A reintegração dos postos de presidente e dos demais postos da mesa na câmara, pelos representantes efetivos, minimizou o ímpeto dos golpistas, porém, poderão sofrer sansões regimentais até mesmo possíveis cassações. Será?  O fato é, se não forem severamente punidos a altura do crime cometido, episódios como o ocorrido na mesa diretora da câmara tenderão a se repetir, e quiçá em níveis mais severos do anterior. Repito, o Brasil passa por um momento bastante ameaçador na sua soberania territorial, fazendo brotar no imaginário de milhares de cidadãos/ãs os terríveis dias de chumbo protagonizado pelo regime militar.   

O modo como o líder da nação imperialista em decadência, Donald Trump, vem se comportando frente ao governo brasileiro, claramente intencionado em desestabilizá-lo politicamente, são estratégias que abrem portas para atos golpistas, como a dos extremistas bolsonaristas infiltrados nas duas casas do legislativo. O que tem de novo nesse imbróglio golpista, em comparação ao golpismo de 1964, é a participação do principal nome da extrema direita nos trópicos, Eduardo Bolsonaro, conspirando na casa branca contra o Brasil.

Parece que o plano norte americano de fincar suas garras gananciosas sobre a américa latina, com o reestabelecimento da malfadada política Monroe, “América para os Americanos”, está se vislumbrando assustadoramente no horizonte. O deslocamento de uma poderosa frota de porta aviões com milhares de soldados para a costa da Venezuela, cuja alegação é o combate do narcoterrorismo, é um instrumento simbólico da onipresença permanente do poder imperial estadunidense em terras ao sul do rio grande. O que dizer do misterioso avião branco do Estado americano, que pousou no aeroporto de Porto Alegre há poucos dias e depois foi para São Paulo, deixando no ar uma nuvem de mistérios sobre o que realmente pretendiam em solo brasileiro.

O que há de concreto nisso tudo é que os estados unidos estão se sentindo ameaçados com a forte expansão da china sobre seu quintal latino-americano. Para o governo dos Estados Unidos, a forma de reduzir o ímpeto expansionista chinês é interferir junto aos governos do seu quintal, manipulando pleitos eleitorais, com a eleição de governos alinhados a sua política de manutenção da subserviência ao dólar e a exportação de comodities. A construção de uma alternativa ao dólar por meio dos BRICS vem se mostrando como caminho alternativo ao fim do multilateralismo estadunidense. Entretanto o sucesso dessa iniciativa dependerá do modo como as peças do tabuleiro eleitoral se moverão nos próximos pleitos, principalmente do Brasil, que se apresenta como um importante representante nas negociações entre os países membros.

Prof. Jairo Cesa  

       

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