A AMÉRICA LATINA COMO QUINTAL PERMANENTE DO IMPERIALISMO ESTADUNIDENSE
Acompanhando
o tenso cenário político brasileiro pós tarifaço e a prisão domiciliar do ex-presidente
Jair Bolsonaro, o episódio ocorrido na câmara dos deputados, quando parlamentares
bolsonaristas ocuparam a mesa diretora, prometendo que só sairiam se o
presidente, Hugo Mota, pautasse pedido de anistia aos golpistas e de
impeachment ao presidente do STF, é a prova cabal da continuidade da tentativa
de golpe de Estado iniciada em 08 de janeiro de 2023.
Quem
assistiu o desenrolar dos fatos pelas redes sociais, do deputado do Espirito Santo,
Magno Malta, do PP, acorrentado na
cadeira do plenário da câmara, e que seria somente morto, e da deputada
catarinense, Júlia Zanata, do PL, que levou sua filha de quatro meses para servir
como escudo humano, deve ter imaginado como estaria o atual cenário
brasileiro se a presidência da república fosse ocupada pelo líder dessa
corja extremista, Jair Bolsonaro, o inelegível, que está agora detido em sua
residência e prestes a ser condenado.
A
reintegração dos postos de presidente e dos demais postos da mesa na câmara,
pelos representantes efetivos, minimizou o ímpeto dos golpistas, porém, poderão
sofrer sansões regimentais até mesmo possíveis cassações. Será? O fato é, se não forem severamente punidos a
altura do crime cometido, episódios como o ocorrido na mesa diretora da câmara
tenderão a se repetir, e quiçá em níveis mais severos do anterior. Repito, o
Brasil passa por um momento bastante ameaçador na sua soberania territorial,
fazendo brotar no imaginário de milhares de cidadãos/ãs os terríveis dias de
chumbo protagonizado pelo regime militar.
O modo
como o líder da nação imperialista em decadência, Donald Trump, vem se
comportando frente ao governo brasileiro, claramente intencionado em
desestabilizá-lo politicamente, são estratégias que abrem portas para atos
golpistas, como a dos extremistas bolsonaristas infiltrados nas duas casas do
legislativo. O que tem de novo nesse imbróglio golpista, em comparação ao
golpismo de 1964, é a participação do principal nome da extrema direita nos
trópicos, Eduardo Bolsonaro, conspirando na casa branca contra o Brasil.
Parece
que o plano norte americano de fincar suas garras gananciosas sobre a américa
latina, com o reestabelecimento da malfadada política Monroe, “América para os
Americanos”, está se vislumbrando assustadoramente no horizonte. O deslocamento
de uma poderosa frota de porta aviões com milhares de soldados para a costa da
Venezuela, cuja alegação é o combate do narcoterrorismo, é um instrumento
simbólico da onipresença permanente do poder imperial estadunidense em terras
ao sul do rio grande. O que dizer do misterioso avião branco do Estado
americano, que pousou no aeroporto de Porto Alegre há poucos dias e depois foi
para São Paulo, deixando no ar uma nuvem de mistérios sobre o que realmente
pretendiam em solo brasileiro.
O que
há de concreto nisso tudo é que os estados unidos estão se sentindo ameaçados
com a forte expansão da china sobre seu quintal latino-americano. Para o
governo dos Estados Unidos, a forma de reduzir o ímpeto expansionista chinês é
interferir junto aos governos do seu quintal, manipulando pleitos eleitorais,
com a eleição de governos alinhados a sua política de manutenção da
subserviência ao dólar e a exportação de comodities. A construção de uma
alternativa ao dólar por meio dos BRICS vem se mostrando como caminho
alternativo ao fim do multilateralismo estadunidense. Entretanto o sucesso
dessa iniciativa dependerá do modo como as peças do tabuleiro eleitoral se
moverão nos próximos pleitos, principalmente do Brasil, que se apresenta como
um importante representante nas negociações entre os países membros.
Prof. Jairo
Cesa
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