RESÍDUOS
PLASTICOS JÁ SE CARACTERIZAM COMO UMA TRAGÉDIA PARA OS OCEANOS
https://www.ecodebate.com.br/2022/12/23/impactos-dos-plasticos-nos-oceanos/ |
Alguns
textos escrevi abordando o tema lixos plásticos e seus impactos nos
ecossistemas, em especial os oceanos. Também já relatei as inúmeras ilhas de
resíduos que se formaram e estão aumentando progressivamente de tamanho nos
oceanos, com destaque o pacífico norte. Esse fenômeno antrópico, associado a
outros fatores está alterando bruscamente a biótica marinha, reduzindo e até
mesmo fazendo desaparecer espécies de pescados imprescindíveis na dieta de
milhões de pessoas ao redor do mundo.
Não
bastasse o descarte de plásticos como um grave problema para o planeta, os
microplásticos têm se mostrado mais agressivos, porém, imperceptíveis ao olho
humano. Esses complexos fragmentos são provenientes de microfibras de tecidos
sintéticos, cosméticos, produtos de higiene pessoal, esgotos domésticos etc.
Quando ouvimos ou assistimos os noticiários locais ou do nosso estado,
geralmente reportam casos ocorridos longe da nossa casa, do nosso município,
levando-nos a acreditar que não temos responsabilidade alguma com o lixo
depositado nos oceanos.
Foto - Jairo |
Quem
ainda dúvida, basta dar um pulinho até a orla do município de Araranguá, fazer
uma caminhada até o novo canal da barra e constatar com os próprios olhos, que
o rio Araranguá é responsável por despejar no oceano atlântico toneladas de detritos
tóxicos oriundos dos municípios que integram a respectiva bacia hidrográfica.
As campanhas anuais de coletas de resíduos descartáveis das margens do rio e da
orla não estão sendo suficientes para conter o grande volume de plásticos que
chegam na foz do rio.
Foto - Jairo |
O
problema do lixo plástico na orla de Araranguá tende a se evidenciar durante as
enxurradas, cuja força das correntezas promovem verdadeira “limpeza” nos
afluentes da bacia. Na quinta-feira, 04 de julho de 2025, durante a caminhada
que fiz até o novo canal da foz do rio Araranguá, fiquei estarrecido com a
quantidade de fragmentos plásticos espalhados por toda a extensão da praia, com
presença mais significativa no entorno do canal de escoamento. A sensação que
tive no momento que me deparei com tamanha presença de detrito plástico era como
se o oceano estivesse solicitando ajuda para que fosse recolhido toda aquela
sujeira.
Foto - Jairo |
A
impressão era como se o oceano estivesse regurgitando, expelindo, tudo aquilo
que lhe estava fazendo mal. Pela experiência que tenho em relação ao mar, eu
sabia que o não recolhimento dos fragmentos, o oceano o “engoliria” novamente durante
a próxima maré alta. Em mais ou menos duas horas de trabalho fiz uma
satisfatória limpeza no trecho próximo a foz, ficando sem recolher no restante
da orla. Por não ter levado sacolas para acondicionar os resíduos recolhidos, tive
que coletá-los e transportá-los a um local seguro onde pudesse facilitar o
recolhimento e dar o destino certo a eles.
Foto - jairo |
No
caso de Araranguá, por não ter sido ainda efetivado o plano municipal de
resíduos sólidos, tanto esses plásticos, como todos os sólidos recolhidos, o
aterro sanitário como destino e sendo custeado pelo município. Lembro também
que nos textos que escrevi acerca das políticas de saneamento básico, critiquei
veemente as administrações dos demais municípios que congregam a bacia do rio
Araranguá, por não estarem cumprindo com o que determina as leis sobre
saneamento básico. É claro que se nos 16 municípios da bacia hidrográfica, a
coleta seletiva fizesse parte do seu dia a dia, a realidade dos resíduos
plásticos, entre outros descartáveis, seriam quase que imperceptíveis na orla
de Araranguá.
Foto - Jairo |
Creditar
toda a responsabilidade nos gestores públicos por não cumprirem o que
estabelece a legislação sobre coleta seletiva é um tanto equivocada. Se o plano
for executado sem uma insistente política de educação ambiental, para
sensibilizar acerca dos impactos dos resíduos nos ecossistemas, os indivíduos
continuarão descartando lixo no chão, como acontece na orla de Araranguá,
principalmente nos finais de semana. Insisto em afirmar que hábitos saudáveis
são práticas construídas a partir da infância. A escola é um espaço importante
na sedimentação desses hábitos. Porém a escola sozinha não dará conta, não pode
ser ela a principal redentora dessa maléfica cultura da degradação.
Também
é preciso repensar o modelo econômico no qual estamos inseridos, que se
alimenta, se reproduz dos excessos, dos desperdícios. O problema ambiental não
se resolve somente recolhendo e reciclando plásticos, o modo como são produzidos
muitos alimentos dos quais consumimos, carregado de resíduos de agrotóxicos e
demais insumos químicos, também alimenta essa cadeia econômica insustentável
que vem matando o planeta aos poucos.
Já prestes
a postar o texto no meu blog, consultando um grupo de rede social no qual me
incluo, me deparei com uma postagem que me chamou a atenção e que tem relação
com o assunto no qual estou abordando. O post está assim redigido: Jogou lixo na praia? Agora vai doer no bolso.
Lei n. 19.294/2015 entrou em vigor em Santa Catarina. Mais abaixo mais
informações sobre a lei, onde afirmava que “jogar lixo na praia, rua, parque ou
estrada pode render multa de R$ 500. Na segunda vez? Dobra. Na terceira? Dobra
de novo. E assim vai. O post me chamou a atenção porque não possuía qualquer
conhecimento acerca da lei, a autoria dela e o seu trâmite na assembleia legislativa.
Quando
acessei ao corpo da lei, constatei que o parlamentar autor dela foi o deputado
Marcius Machado, do Partido Liberal (PL), e que havia sido sancionada em 02 de
maio de 2025, perlo governador Jorginho Melo. O que se sabe é que é mais uma
dessas leis que não terão eficácia alguma. Acredito que se fizermos uma enquete
em todos os órgãos ambientais dos municípios catarinenses, é bem possível que
seus responsáveis não tem qualquer conhecimento dessa lei. E, se tiver, vão
responder que não há como aplicá-la.
Porém,
a lei nem faz menção a órgãos ambientais. No Art.1°, § 1°, está assim escrito: A
fiscalização será efetuada pela Polícia Militar, Guarda Municipal e Agente de Trânsito.
Parece que estou vendo a cena do policial, interceptando o cidadão que tira do
bolso uma bala, subtrai o plástico a que a envolve e lança no chão. ----
Desculpe cidadão, você terá que pagar multa de 500 reais por infringir dispositivos
da lei que proíbe jogar lixo no chão. Se dispositivos legais que vedam uso de agrotóxicos
em espaços urbanos não são respeitados, onde até hoje ninguém foi autuado ou
multado, será que vai ser diferente com quem joga lixo no chão.
O deputado, autor da lei, se em vez de desperdiçar tempo criando uma lei que não vai resultar em nada, ele poderia aproveitar o seu ócio, articular junto com a Secretaria da Educação do Estado - SED e a União Dirigentes Municipais de Educação de Santa Catarina - UNDIME, campanha de sensibilização em todas as unidades de ensino do estado sobre hábitos ambientalmente saudáveis. Além do mais, poderia auxiliar os municípios na construção dos seus planos de saneamento básico, principalmente quesito coleta seletiva de resíduos sólidos. Aí sim, o respectivo parlamentar teria forte reconhecimento e respaldo por parte da sociedade. Fora isso, é mais um desses deputados que nada agrega à melhoria da qualidade de vida dos cidadãos/as catarinenses.
Prof.
Jairo Cesa
https://leis.alesc.sc.gov.br/html/2025/19294_2025_lei.html#:~:text=Fonte:%20ALESC/GCAN.,logradouros%20p%C3%BAblicos%20do%20Territ%C3%B3rio%20catarinense.
tudo o que está acontecendo no hemisferio norte: temporal Texas, Europa ardendo com incendios e temperaturas inimaginaveis, confirma seu estudo professor e amigo, do que
ResponderExcluirfuturo não vai ser muito otimista, obrigado pelas informações, quizás algum político tenha sensibilidade!!!!!!!!!!!!