AS ENXURRADAS NO RIO DE JANEIRO E O AQUECIMENTO GLOBAL
A
última enxurrada que atingiu a área metropolitana do Rio de Janeiro é um sinal
nítido de que o clima global vem sofrendo mudanças bruscas em decorrência do
aquecimento global. E não é somente o Rio de Janeiro que sofre as consequências,
São Paulo, Fortaleza, Florianópolis, entre outras cidades de médio porte,
também tiveram chuvas torrenciais acima do previsível em curto espaço de
tempo. De acordo com relatório
apresentado pelo site Clima Tempo, a cidade de São Paulo nos últimos cem anos
teve uma elevação média da temperatura em 3 graus centígrados; Rio de Janeiro,
de um e meio a dois em pontos distintos da cidade.
Quem
acompanhou os noticiários dos telejornais nos últimos dois meses deve ter
ficado surpreso com as elevadas temperaturas que se abateram sobre a capital
fluminense. Na realidade esse aumento acentuado das temperaturas não foi
exclusivo no Rio de Janeiro e outras capitais, Santa Catarina como um todo a
população sofreu com as terríveis insolações quase intermináveis. A enorme incidência
de raios nos municípios litorâneos como Araranguá é uma prova de que sofrerão
mais os efeitos do aquecimento que outros devido à proximidade com as águas
quentes do oceano.
O
que é intolerável frente a essa realidade climática preocupante é a postura
tomada por governos como dos Estados Unidos que decidiu deliberadamente romper
com o acordo do clima assinado em Paris em 2015. Durante a ultima campanha eleitoral, o
candidato a presidente da república e eleito Jair Bolsonaro, nos seus
discursos, cogitava seguir o mesmo caminho do seu “herói” norte americano, abandonar
também o acordo de Paris.
Embora
não tenha ainda rompido, nos seus três meses a frente do governo, os biomas
Amazônicos e Serrados sofreram violento revés com intensos desmatamentos em
florestas públicas, áreas indígenas e unidades de conservação. Tudo indica que
em conformidade com a agenda anti-ambiental do governo, os desmatamentos
tenderão a se agravar ainda mais em todos os biomas, e a população permanecerá
refém das intempéries climáticas extremas.
O
Brasil somado a outros países industrializados são grandes emissões de gases
poluentes. A saída dos EUA do acordo já compromete os planos de limitar o
aumento da temperatura média do planeta em menos de dois graus Celsius, índice
comparável ao período pré-industrial. O descumprimento desse e de outros acordos
tenderá a aumentar as catástrofes climáticas em todas as regiões do globo.
Exemplos
de tragédias do clima são os que não faltam para elucidar: os terríveis incêndios
na Califórnia e Portugal que vitimaram dezenas de pessoas; as tempestades e
furações como o que o que atingiu há pouco tempo Moçambique e Namíbia, com um
rastro de destruição e mortes sem precedente. O pior é que a cada ano essas tempestades estão
se tornando mais fortes e destrutivas, resultando em milhares de vítimas fatais
e de refugiados.
Será
que teremos que conviver com mais e mais catástrofes climáticas até que
governos tomem consciência da necessidade de supressão do modelo de produção
vigente pautado na queima de combustíveis fósseis? Vários organismos internacionais
vêm alertando as autoridades planetárias há tempo que a insistência nesse
modelo de produção levara à terra a exaustão. O furacão Catarina que se abateu sobre no sul
do Brasil em 2004 é um exemplo de que o País também é alvo das mudanças
climáticas.
Se
a temperatura media do planeta continuar a aumentar e os desmatamentos não
forem contidos rapidamente outras catástrofes semelhantes ao do Rio de Janeiro
e no sul do Brasil, como o Catarina, poderão se repetir com mais freqüência do
que se imagina. Os sinais já estão aí visíveis e se repetindo todos os anos, as
enormes ondas de calor, secas prolongadas e chuvas torrenciais.
Prof. Jairo Cezar
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