Enfim
renovam as esperanças acerca do futuro da Arqueologia no município de Araranguá
O dia
07 de junho de 2016 pode ser considerado para arqueologia do Extremo Sul de Santa
Catarina um dia importante, o momento em que integrantes do IPHAN, Nelson
Lacerda, Procurador geral do órgão; Regina Helena Santiago, chefe da divisão
técnica; Pedro Henrique de Almeida Batista Damin, Arqueólogo; Luiz Lemmer,
superintendente da FAMA; Sandro Ramos, secretário de comunicação da prefeitura
e Jairo Cezar, Coordenador da Oscip Preserv’Ação participaram de encontro com o
prefeito municipal de Araranguá Sandro Maciel para discutir o futuro dos sítios
arqueológicos e estratégias para a sua preservação. Juliano fez um breve
histórico acerca dessa temática no sul de Santa Catarina, cujas escavações já
realizadas, as amostras identificadas dão conta da presença humana na região
datada de quatro a cinco mil anos aproximadamente.
Quanto
a proteção dos sítios identificados ressaltou que não é seguro cercá-los como
vinha se propondo, pelo fato de que tal ação possa estimular a curiosidade dos
transeuntes, podendo até sofrerem atos de vandalismos que resultariam em danos
cujos impactos poderiam ser irreversíveis. Sua proposição foi na direção da
educação ambiental e patrimonial como iniciativas mais seguras, na promoção da
conscientização e comprometimento da sociedade na defesa dos sítios. Argumentou
também que os sítios de 4 mil anos poderão estimular o turismo na região, um
atrativo a mais para fomentar a economia local.
O procurador
do IPHAN/SC foi enfático em afirmar que os sítios devem ser salvos,
especialmente o de n. 48, registrado no mapa como o mais suscetível a
depredação, e que são necessárias parcerias para alcançar tais êxitos. A
participação da comunidade é imprescindível como entidade fiscalizadora para
contenção dos agentes depredadores como desses monumentos. O resgate dos sítios
deve ser priorizado nesse primeiro momento, porém, para assegurar sua
preservação é indiscutível o envolvimento do poder público estimulando a
educação patrimonial, que será um viés importante para o turismo. Juliano, na
sequência das discussões, apresentou mapa da região detalhando a ocupação do
solo no polígono onde estão os sítios.
Regina,
chefe da divisão técnica do IPHAN, ressaltou da necessidade de promover
oficinas de educação patrimonial nas escolas da região. O prefeito assumiu a
palavra admitindo a necessidade de elaboração de um amplo projeto de educação
patrimonial que envolva as secretarias da educação, turismo e cultura. Jairo,
mostrando-se indignado, fez sérias críticas ao modo como os poderes
constituídos vêm se comportando frente a tais patrimônios. Informou aos
presentes que há muitos anos se sabe da existência desses sítios na região, que
a Oscip preserv’Ação vem alertando as autoridades sobre a necessidade de
preservá-los, que várias vezes foram encaminhados ofícios ao IPHAN nacional e
estadual para que tomassem medidas emergências visando a proteção, e que nada
foi feito. Que houve também envio de minuta por parte do MPF a administração
pública de Araranguá para que cercassem os sítios, protegendo-os do vandalismo.
Que também nada foi feito, nem mesmo um trabalho de iniciação patrimonial nas
escolas.
Disse
também que achou estranho que de repente, alguém que transitava pela área dos
sítios, tenha “chutado um fóssil” e divulgado tal “descoberta” a uma revista
semanal local, cuja repercussão tenha resultado na reunião de hoje. O procurador do IPHAN também concordou da
necessidade da realização de oficinas, como forma de replicar as ações de médio
e longo prazo. Essas atividades têm por finalidade capacitar os agentes do
poder público para atuar no processo de multiplicação das informações sobre o
tema nos diversos seguimentos da sociedade. Juliano sugeriu que o projeto para
o salvamento dos sítios seja feito em conjunto com o IPHAN e a Prefeitura, que
a UNESC participará também apoiando com profissionais que atuarão nas escavações
dos sítios. Enfatizou que instituição de ensino superior de Criciúma tem interesse
nos estudos desses sítios.
Insistiu
o procurador da necessidade de salvamento emergencial do sítio 48, e que se deve
elaborar um projeto de gestão para os demais sítios restantes, que a
preservação de ambos se dará a partir da recuperação do sítio mencionado acima,
o de n. 48. Quanto as parcerias, Juliano informou que o IPAT/UNESC mantém
convênio com várias prefeituras na região, como o Balneário Rincão. O próprio
arqueólogo, Pedro, sugeriu que fossem criados os “sítios escolas”. Que quanto
ao Morro dos Conventos, Jairo enfatizou que o trabalho de educação patrimonial vem
sendo realizado há algum tempo pela Escola Estadual de Ensino Fundamental Padre
Antônio Luiz Dias, do próprio bairro, que não há problema de evolvê-los agora
nesse novo processo que está se iniciando.
Juliano
destacou que fosse promovido Seminário Regional sobre o tema arqueologia para
dar a arrancada na questão do patrimônio arqueológico regional. Como encaminhamento,
o procurador propôs ao Juliano, Coordenador do Departamento de Arqueologia da UNESC,
que elaborasse projeto orçamentário exclusivo para o salvamento do sítio 48, e
depois outro projeto estendido para os demais sítios. Foi sugerido a primeira
semana de agosto, o dia 10, como dada do próximo encontro, com o convite
estendido aos demais órgãos municipais, como educação, cultura e turismo.
Prof.
Jairo Cezar
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