A
Importância do Voto Para a Construção de Uma Sociedade Mais Justa
Mais
uma vez estamos vivenciando um processo importantíssimo no Brasil, a escolha
democrática dos novos (as) prefeitos (as) e vereadores (as) que coordenarão os
destinos dos cidadãos e cidadãs
araranguaenses. No entanto, com o desenrolar da campanha, seguindo a tradição,
presenciamos estarrecidos o surgimento de políticos oportunistas, que adotam
práticas de campanha antigas, envelhecidas e desgastadas pelo tempo,
verdadeiros profissionais do voto, muitos dos quais sem um mínimo de
entendimento quando ao seu verdadeiro papel como representante do povo
principalmente no legislativo. Porém, o povo, qual será o papel do povo nessa
situação? Não cometer erros antigos, escolher o melhor candidato (a), aquele
(a) que possui uma história de luta, de participação ativa em defesa da saúde pública
de qualidade, de uma cidade limpa, segura, de creches e escolas boas e com
professores estimulados, etc, etc? Sim, este é o papel dos (as) cidadãos (ãs).
Mas,
por que razão que muitas dessas promessas, rasuradas pelo tempo, estão ainda
longe de ser concretizadas? A justificativa dos que comandam o poder municipal
não pode mais ser atribuída à falta de recursos. Não, o que faltam são prioridades dos administradores públicos.
Educação, saúde e segurança, itens prioritários por partidos e candidatos que se
revezam no poder há décadas, continuam apenas discurso? Para quem achar que
estou falando bobagem, é só abrir as páginas policiais dos jornais de circulação
local ou ficar um dia na emergência do único hospital e em algumas das unidades
de saúde espalhadas pelo município. Por
que tais promessas, eleições pós-eleições não são concretizadas? A resposta
para alguns é obvia um povo bem educado, saudável e feliz, pensaria melhor, saberia
distinguir com lucidez, os princípios filosóficos e ideológicos que norteiam
cada sigla partidária e qual o projeto de sociedade propõe.
Logo,
fica claro que não é essa a intenção. O que propõem é fazer as pessoas
acreditarem que o voto deve ser para a pessoa, ficando o partido numa condição
secundária, figurativa. Em qualquer sociedade politicamente mais avançada, esse
argumento seria motivo de chacota entre os seus habitantes. Deixa claro,
portanto, que o atual momento político eleitoral do qual estamos enfrentando,
apresenta um nítido e progressivo processo de despolitização, de alienação, ou
seja, expressiva parcela da sociedade brasileira, particularmente a
araranguaense, não compreende a complexa rede de problemas sociais e sendo os
mesmos resultantes do modelo de sociedade vigente, que se reproduz mediante a
exploração das classes mais ricas sobre as mais pobres, cuja primeira é acobertada,
protegida pelos poderes constituídos,
muitas vezes até pela própria justiça. Deve o eleitor ter clareza de que a
atuação dos vereadores e prefeitos eleitos, ambos seguirão as recomendações
determinadas pelo partido no qual estão filiados. Aqueles que desrespeitarem a
essa regra estabelecida, estarão sujeitos à perda do mandato ou até mesmo a sua
própria expulsão do partido.
Um
processo eleitoral como o que estamos vivenciando nesse momento deveria ser
motivo de comemoração por todos (as), pois, sendo uma conquista histórica e garantia
constitucional, deveria ser seguida por todas as nações, pois é o momento que
nos reserva para expressar mediante o voto nossos sentimentos, escolhendo
pessoas honestas, éticas que irão administrar de forma correta os recursos provenientes
dos impostos que pagamos. Muitos, talvez, lendo este parágrafo, estarão
pensando: será o autor do texto, um sujeito fora da realidade, um idealista,
sonhador, muito além do seu tempo? É visível no semblante das pessoas a
desesperança, o descrédito com aqueles que deveriam prezar pelo bem público, sendo
vistos como sinônimo de orgulho para os cidadãos (ãs) do município, estado ou
país.
Passados
mais de cento vinte anos de emancipação política, a população araranguaense
continua a mercê de problemas que já deveriam fazer parte de um passado muito
distante. Mas não, é só caminhar um pouquinho pelos bairros mais distantes que
se notará que o poder municipal continua ainda muito distante da população ali
residente. Não é possível uma população ter uma boa saúde quando na frente de
suas casas o esgoto ainda corre a céu aberto. São pessoas que continuam sendo
mantidas reféns de políticos assistencialistas, que perpetuam no poder
alimentando-se da miséria social, da precariedade de serviços básicos, trocando
o voto dos cidadãos (ãs) por benefícios paliativos, sem jamais solucionar os
problemas.
Mas
não podemos perder a esperança. Precisamos acreditar que um mundo melhor é
possível, que existem pessoas honestas, éticas, atuando ao nosso favor, muitas
estão aí participando do processo eleitoral, enquanto outros estão atuando nas
causas ambientais, educacionais, sindicais, etc. Portanto, precisamos votar
certo, temos que fazer valer esse direito. Votando em branco ou nulo embora
seja para muitos uma atitude de protesto ou crítica às políticas nefastas
praticadas pelos nossos administradores públicos, em nada acrescenta ao
processo democrático, não altera o quadro depredatório dos serviços públicos de
um município. Muito pelo contrário, anulando ou votando em branco, estaremos
concordando com a precariedade da educação, com o aumento da violência, do
consumo de drogas, da prostituição infantil, do esgoto a céu-aberto, da falta
de médicos, do aumento das filas nas emergências dos hospitais e postos de
saúde, da inexistência de áreas de lazer, entre outras. Procure saber quais os
projetos apresentados pelos atuais vereadores, que são novamente candidatos, se
os mesmos projetos proporcionaram alguma melhoria nas condições de vida da
população araranguaense. Fazendo isso estaremos fazendo jus ao nosso direito de
cidadania, de escolher um (a) prefeito (a) e vereadores (as) comprometidos (as)
com bem-estar de todos (as), como também excluir os péssimos políticos, aqueles
que sobrevivem da miséria humana.
Prof.
Jairo Cezar
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