quinta-feira, 9 de maio de 2024

 

REFLEXÕES SOBRE UM JORNALISMO TOSCO, VICIADO, QUE EM NADA CONTRIBUI PARA O DESENVOLVIMENTO DA CULTURA LOCAL

Não é de hoje que parte de uma imprensa parcial e sem ética alguma do município vem se utilizando de investidas extremistas para atacar qualquer um que assuma posições divergentes daqueles que compõem o grupo de poder local, que certamente são seus apoiadores, destaquemos aqui, o executivo e seus órgãos diretos, o legislativo, segmentos eclesiásticos, etc. Falo isso me reportando a 2011 quando um grupo de ambientalistas do Balneário Morro dos Conventos fundou uma OSCIP (Organização Social de Interesse Público) para atuarem em defesa daquele frágil ecossistema.

Por dez anos parte da imprensa local, mais enfaticamente a emissora de comunicação mais antiga do município, na pessoa do seu principal comunicador, tratou de destilar todo o seu ódio contra os integrantes dessa organização, bem como todos que tomassem posições contrárias aos projetos nada sustentáveis àquele balneário. O que nos deixava mais enfurecido era quando a toda eleição, com raras exceções, os novos gestores públicos e seus órgãos correlatos sempre tiveram essa radio como órgão para divulgação de suas políticas, muitas das quais trazendo impactos negativos ao meio ambiente.

Sempre foi costume desse respectivo comunicador, indagar os seus entrevistados sobre o porquê das dificuldades de o balneário não se “desenvolver”. Muitas das respostas sempre enfatizavam que havia no balneário uma forte resistência, que a culpa desse dito “atraso” era de alguns ambientalistas, nesse caso, a pessoa mais perseguida sempre foi eu, pois era coordenador da respectiva entidade. Sempre afirmava que se o MPF (Ministério Público Federal), MPSC (Ministério Público de Santa Catarina) e Polícia Militar Ambiental vinham atuando com severidade, ajuizando ações contra o poder público era porque alguém denunciava. Não sabia o dito comunicador ou fazia de conta que não sabia que era direito constitucional de todo o cidadão recorrer aos órgãos em defesa do meio ambiente quando identificassem suspeitas de possíveis irregularidades nos tramites em projetos ambientais executados ou em execução.

Foi exatamente o que fizemos durante os mais de dez anos de existência da nossa entidade ambiental. Foram mais de ciquanta ações de denúncias protocoladas nos três órgãos, sendo que, em nenhum momento houve qualquer questionamento ou até mesmo resposta negativa contra nós por protocolarmos denúncias infundadas. Em 2013 foi publicado texto em meu blog discorrendo sobre entrevista realizada na respectiva emissora, onde o cidadão/comunicador aproveitou para mais uma vez destilar seu ódio contra os que eram contrários ao consenso burro pautado pela administração pública e aceito por parte da população.

O problema é que sua fala ecoava aos quatro cantos incitando o ódio de uma falange de seguidores fanáticos. Sem conferir os fatos o que faziam era nos perseguir e ameaçar. Como medidas protetivas às ameaças contra nossas vidas, vários boletins foram lavrados junto a policia civil. O fato é que até hoje, principalmente na atual administração, os ataques desse dito comunicador àqueles que questionam a legalidade de projetos como foi o Deck do Morro, parte baixa, permanece. Em inspeção realizada pelo MPF, Polícia Ambiental, entre outros órgãos, no Morro dos Conventos, em 2021, ambos detectaram falhas no projeto desse deck, pois não estava condizente às normativas ambientais. Na época nos culparam por termos intercedido à obra que resultou em sua paralisação.  Enfim foram inúmeros os episódios, muito dos quais transformados em textos e publicados nesse blog.

Quando ao episódio envolvendo a reforma da fachada da igreja matriz de Araranguá que poderá apagar da história quase cem anos de memória afetiva, mais uma vez o principal comunicador da emissora de rádio entre no cenário, com nítida postura de parcialidade a favor de integrantes do clero defensores da reforma. Acontece que um canal de comunicação digital foi criado para aqueles que se opõem a descaracterização da fachada, pois a ideia seria trocar informações e fortalecer um movimento pela preservação da fachada da igreja. Claro que muitas vezes algumas falas, opiniões de membros do grupo poderiam apresentar um teor de exaltação um pouco mais elevado. Entretanto, as finalidades pelas quais o grupo foi criado, que é a preservação da memória arquitetônica isso deve ser considerado.

O grau de tensão envolvendo membros do grupo pró-memória arquitetônica e integrantes do clero e da emissora de rádio em questão se intensificou após a festa da padroeira Nossa Senhora Mãe dos Homens ocorrida dia 04 de maio último.  Incrível é o comportamento do comunicador dessa emissora, que se considera o “dono da verdade”, como de outrora, e que permanece destilando ódio aos quatro ventos, como o fizera no passado e ainda hoje contra ambientalistas e defensores da cultura do município. Num bate papo envolvendo esse comunicador e outros dois funcionários da emissora, chamou os membros do grupo Sacrossanta Memória da Fé de desprezíveis, só pelo fato de estarem lutando pela preservação da cultura do município.

Chegou ao absurdo em afirmar que integrantes do grupo torciam para que chovesse, pois assim a procissão não ocorreria. Esse é o tipo de jornalismo mais rebaixado, mais tosco, mais rasteiro que se pode imaginar, que em nada contribui para o desenvolvimento de um município que dia após dia vem perdendo pedaços da sua história. Talvez a fala expressada pelo comunicador debochando da cultura explique porque a nossa história é tão depredada, a exemplo dos nossos sítios arqueológicos.

Mas não recuaremos aos nossos objetivos que são muito superiores à minúscula visão de mundo de pessoas que se acham empoderadas a ponto de quererem ditarem as opiniões das pessoas, geralmente repletas de vícios. A resposta dada pelo membro do grupo Daniel Bronstrup, por meio de vídeo postado na internet, às acusações de desprezíveis, desferidas pelo comunicador a sua pessoa e a todo o grupo é merecedor de todo o apoio e solidariedade tanto nossa quanto daqueles que lutam pela preservação da nossa memória histórica.

Prof. Jairo Cesa                  

3 comentários:

  1. Por favor, minha solidaridade total sr. Daniel extensiva para con todos os que lutan contra la ignorancia, ódio, e com interesses economicos

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  2. Parabéns, professor Jairo. Já passou da hora desses forasteiros, fascistas e adeptos do coronelismo pararem de atacar a tudo o que não lhes convém ou beneficie. É ridícula essa de "boca de aluguel". Ou seja, quando pagos, são capazes de dizer (ou vomitar) uma saraivada de besteiras sem base verdadeira, ou assumindo uma posição claramente parcial, apenas para satisfação de seus apoiadores ou interesses pessoais. Estes ditos "comunicadores", deveriam aproveitar os anos para evoluir. Pessoal e, principalmente, profissional. Mas, pelo andar da carruagem, continuarão a viver à sombra de sua má índole e vivendo daquilo que falam, mas no qual nem os próprios acreditam. Continuarão a ser simplesmente desprezíveis, ridículos, nefastos e, ainda pior, inúteis.

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