O
Complexo Processo de Construção da Consciência.
Um
dos principais legados da espécie humana é a busca incessante da felicidade, do
equilíbrio e da paz interior, ambas obtidas mediante gestos simples, atitudes
muitas vezes adquiridas na tenra idade. A escola, continuando o processo educativo iniciado na família assume
a função de aprimorar as habilidades apreendidas e que se transformarão em
novos saberes. Afinal, o que é educar? Seria apenas um instrumento de
transmissão de conhecimentos e de valores ditos como saudáveis e que
proporcionam bem estar a todos (as)? Educar é um processo tão complexo e tão
dinâmico que só se finda com morte do indivíduo.
Sendo
assim nossas atitudes, comportamentos estão vinculados ao grau de educação que
recebemos na nossa infância na qual repercutirá na fase adulta na construção da consciência,
na revelação humana que o capacita a distinguir o que é certo e errado, bom e
mau. Portanto se é a partir da infância que se inicia a construção da
consciência (humanização) por que o ser humano mantém comportamentos desumanizados
especialmente com o aquilo que deveria mais cuidar, a sua grande casa terra? Por
que tanto desprezo a esse lar tão complexo, tão frágil onde habitam infinidades
de espécies cuja existência de uma está relacionada a presença de outras. Tal
dinamismo torna-se condição elementar
para a sobrevivência da própria mãe terra e da espécie humana.
Se
o ser humano somente se constitui como tal quando adquire consciência dos seus
atos, então é necessário repensar o conceito
de humano. Humanizar é cuidar, preocupar-se com o outro, com os animais,
com os rios que cortam nossas aldeias e cidades, com lagos, florestas, oceanos, ou seja, com a sua
própria casa, “lar doce lar”. Qualquer indício de agressão a um dos micro-sistemas que integram a grande aldeia, repercutirá no conjunto
ecossistêmico do planeta terra, proporcionando o desaparecimento de espécies
vivas da fauna e da flora, fragilizando ainda mais a existência humana no
planeta.
É importante ressaltar que atitudes
comportamentais estão vinculadas as regras organizacionais de cada sociedade,
num determinado tempo e lugar. Porém esse argumento não mais condiz com atual
realidade, cujos povos, embora habitem espaços tão distantes, comungam desejos
e sentimentos semelhantes em decorrência do poder das tecnologias. Se atingimos
um estágio de progresso tão avançado,
que permite as pessoas conectarem uma com as outras em tempo real, era de se
imaginar que isso proporcionaria um maior desenvolvimento humano, uma maior
consciência da sua existência.
Não
é o que vem ocorrendo. O crescimento dos conflitos globais associado ao progressivo processo de
degradação dos recursos naturais são acontecimentos que marcam o atual momento
histórico. Não é possível desvincular
esses problemas sem mencionar o modelo econômico capitalista que se sustenta
mediante a exploração, o desperdício e a desagregação humana. Vive-se a cultura
do consumível, descartável, cuja felicidade pode ser atribuída a quantidade de
bens materiais adquiridos. Porém como podemos definir tal padrão como modelo de
felicidade se quase tudo que consumimos, suas sobras tem como destino o próprio ambiente em que vivemos.
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